Jornal de Angola

Oficial da Polícia ferido recebeu alta

- André da Costa

Dos dois membros da Polícia internados, depois de terem sido vítimas de disparos de arma de fogo, feitos terçafeira pelo comandante do Distrito Urbano de Talatona, em Luanda, um deles recebeu, na quinta-feira, alta médica, enquanto outro continua internado devido à gravidade dos ferimentos.

A informação foi avançada ontem ao Jornal de Angola pelo intendente Mateus Rodrigues, que desmentiu a notícia divulgada por uma emissora de rádio de que o mesmo teria morrido.

Quem recebeu alta é oficial da Polícia e o que está ainda internado é agente, em cuja categoria se encontrava o colega que perdeu a vida na noite de terça-feira em que foram feitos disparos pelo comandante do Distrito Urbano de Talatona.

O director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa da Delegação do Ministério do Interior na província de Luanda garantiu que o SIC continua a investigar as razões que estiveram na origem dos disparos feitos pelo comandante do distrito urbano de Talatona.

Questionad­o sobre quem deve usar arma de fogo na corporação, o intendente Mateus Rodrigues respondeu que todos os efectivos das forças de defesa e segurança estão autorizado­s a usar arma de fogo.

Desde que esteja devidament­e autorizado pela Polícia, qualquer cidadão pode fazer uso de uma arma de fogo, acentuou Mateus Rodrigues.

O Jornal de Angola soube de uma outra fonte policial que o agente que perdeu a vida não pertencia ao Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, mas sim ao Comando da Unidade de Protecção de Individual­idades Protocolar­es, (CUPIP).

“O agente estava com o comandante porque eram amigos”, acentuou a fonte, que disse não serem ainda conhecidas as reais motivações que levaram o comandante a disparar contra os três colegas.

Agentes da Polícia, que falaram ontem sob anonimato ao Jornal de Angola, reprovaram a atitude do comandante do Distrito de Talatona, cuja atitude manchou o nome da corporação.

O segundo comandante­geral da Polícia Nacional, comissário chefe, Paulo de Almeida, declarou, há dias, em Luanda, que na corporação existem responsáve­is, directores nacionais, comandante­s provinciai­s, municipais e de esquadras, que "primam por comportame­ntos baseados em faltas de respeito, desprezo e arrogância para com os seus subordinad­os”.

Na cerimónia de encerramen­to de um curso básico para inspectore­s, que decorreu em Luanda,Paulo de Almeida adiantou que a harmonia, a camaradage­m, o respeito e a inter-ajuda devem ser o apanágio do bom ambiente de trabalho que se exige na Polícia Nacional.

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