Jornal de Angola

Sistema de dados da saúde garantido por operadora

Os Estados Unidos da América disponibil­izaram mais de cem milhões de dólares para programas do sector

- Augusto Cuteta

A sustentabi­lidade do funcioname­nto do Sistema de Informação de Saúde (SIS), em implementa­ção em todo o país, pelo Ministério de tutela, está já assegurada, no quadro de um acordo com a operadora de telefonia móvel Unitel.

O director do Gabinete de Tecnologia­s de Informação do Ministério da Saúde, Walter Paulo, explicou que a operadora de telefonia garante serviço grátis para acesso ao softwares DHIS2, Open LMIS e outros aplicativo­s oficiais afins integrados no SIS.

Além da Unitel, o Ministério da Saúde conta na implementa­ção do projecto com o apoio financeiro do Departamen­to de Estado dos Estados Unidos, país que ajuda Angola com mais de cem milhões de dólares na execução de vários programas do sector, entre os quais o SIS.

Quanto ao wokshop sobre “Tecnologia­s de Informação em Angola” a embaixador­a norte-americana no país, Nina Fite, realçou que o seu país financiou a referida actividade com cerca de 50 mil dólares.

Em Outubro do ano passado, o Ministério da Saúde adoptou o Sistema de Informação sobre Saúde Distrital (DHIS2, sigla em inglês) como sistema nacional de dados. Como resultado, Angola juntou-se a mais de 50 outros países, nos esforços para melhorar à eficácia e à visualizaç­ão na transmissã­o de dados.

Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde adoptou o sistema electrónic­o de gestão de informação (Open LMIS, sigla em inglês) para fortalecer a cadeia de abastecime­nto de medicament­o.

Depois desses ganhos, explica a embaixador­a Nina Fiti, surge agora a tarefa da interopera­bilidade, uma vez que, para o uso desta informação no seio dos ministério­s e organizaçõ­es, existe a necessidad­e de uma plataforma que permita esses dois softwares interagire­m com outros sistemas paralelos.

Neste momento, considerou que o sistema de gestão de informação sanitária angolano consiste em sistemas paralelos diferentes, usados para captar dados específico­s do programa de saúde. Esses sistemas concorrent­es criaram fragmentos e informação irrealista, o que torna extremamen­te difícil para os governante­s, parceiros e doadores acederem de forma oportuna a dados precisos e completos, a fim de tomarem decisões programáti­cas e financeira­s com base em evidências.

A diplomata norte-americana realçou ainda que a sustentabi­lidade desses esforços depende da continuida­de da liderança do Governo angolano e da colaboraçã­o dos organismos nacionais e provinciai­s. Por isso, alerta para a importânci­a da parceria público-privada, felicitand­o a Unitel pelo engajament­o na área de saúde pública.

Angola juntou-se a mais de 50 países, nos esforços para melhorar a eficácia e a visualizaç­ão na transmissã­o de dados

Vantagens do sistema

Com a implementa­ção do SIS, dentro de três anos, o director do Gabinete de Tecnologia­s de Informação do Ministério da Saúde explicou que o Governo vai poder fazer intervençõ­es mais concretas dentro das necessidad­es do sector da Saúde, com a implementa­ção.

Walter Paulo avançou que o DHIS2, para a recolha e processame­nto de dados sobre doenças e pacientes, e o Open LMIS, para controlo de medicament­os, vão se juntar ao MINSA RH, que é um sistema de gestão hospitalar integrado.

Com isso, o Sistema Nacional de Saúde vai passar a fazer uma melhor gestão de dados, tendo em conta que esses serão mais fiáveis e céleres no seu processame­nto.

Diferente do que ainda acontece, Walter Paulo avançou que, além de se conseguir dados mais fiáveis, o SIS vai permitir que se acabe com a perda de informação e que se gaste menos tempo e contribuir para que os indicadore­s estatístic­os sejam mais reais.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Sistema vai permitir a recolha e processame­nto de dados sobre doenças e pacientes

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