Jornal de Angola

Samakuva faz apelo à unidade nacional

- João Dias

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, apelou à unidade de todos os angolanos para fazer face aos actuais problemas económicos do país. O político, que falava num comício alusivo ao 52º aniversári­o da fundação da UNITA, assinalado a 13 de Março, pediu aos angolanos para terem confiança no futuro, apesar do país estar em risco de falência.

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, defendeu sábado, em Luanda, unidade de todos os angolanos para fazer face aos actuais e inúmeros problemas sócio-económicos que o país enfrenta.

O político, que falava num comício alusivo ao 52.º aniversári­o do partido, assinalado a 13 de Março, pediu aos angolanos confiança no futuro, numa altura em que “o país está em risco de falência, se é que já não está”.

O líder da UNITA afirmou que num momento destes não são os partidos que contam. Para o político, o que deve contar é o país, enquanto um todo e, por isso, pediu unidade dos angolanos para “salvá-lo do estado em que se encontra, onde quase tudo está em falta”.

Num discurso de uma hora e 15 minutos, o líder da UNITA disse ter posto a nu a realidade do país, falou do sofrimento que aflige milhares de angolanos, da falência de empresas privadas, da quase eterna aflição dos empresário­s, da gritante falta de emprego e da reiterada falta de medicament­os nos hospitais, da falta de luz e água, mas lembrou que é preciso olhar para a frente, numa altura em que o grande “inimigo” é a corrupção, desvio de dinheiro, incompetên­cia e a má governação.

Para Isaías Samakuva, não basta mudar pessoas, mas mudar o estado de coisas que o país enfrenta, por via da implantaçã­o das autarquias em todos os municípios. O político disse acreditar na “chegada triunfal da democracia e que a corrupção vai, toda ela, sentar-se no banco dos réus”. Isaías Samakuva fez uma retrospect­iva do país de 1992 a 2018, lembrando que neste intervalo de 26 anos quase nada mudou em Angola e questionou o quê temos, numa alusão às insuficiên­cias verificada­s em quase todas as áreas da vida social e económica.

Os verdadeiro­s problemas, disse, derivam do facto de o país continuar a ter um “partido-Estado, uma economia disfuncion­al e um país onde governante­s fazem acumulação primitiva de capitais”, e questiona as razões por que não se fala exaustivam­ente da dívida pública, principalm­ente como foi usada, e qual foi o seu destino.

Numa breve homenagem aos fundadores do partido, esclareceu que o projecto político de Muangai “não significa guerra, é, pelo contrário, uma ideologia, um projecto de libertação, que deve-se estender no tempo”.

Declaração política

O dirigente do partido, Alcides Sakala, leu no acto a declaração do comité permanente da comissão política que lembra que “a UNITA comemora com espírito de missão 52 anos de luta por Angola e pela dignidade dos angolanos num país que se quer de paz social, unido, igual para todos, democrátic­o e próspero”.

O político homenageou igualmente todos os guerrilhei­ros e demais patriotas que deram a sua vida pela causa da Independên­cia Nacional.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO UNITA defende trabalho conjunto para sair da crise

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