Vladimir Putin vence com mais de 70 por cento dos votos
Vladimir Putin foi ontem reeleito para um quarto mandato na liderança da Rússia com 73,9 por cento dos votos, segundo sondagens à saída das urnas divulgadas pelo instituto público VTsIOM, após o encerramento das últimas assembleias de voto.
Na segunda posição, o candidato do Partido Comunista Pavel Groudinine obteve 11,2 por cento, à frente do ultranacionalista Vladimir Jirinovski (6,7 por cento) e da jornalista próxima da oposição liberal Ksenia Sobtchak (2,5 por cento), no final de uma eleição que quase assumiu a forma de plebiscito e que permitirá ao Presidente russo manter-se no poder até 2024.
A vitória de Putin confirma assim as previsões num processo em que participaram mais de 107 milhões de eleitores.
As eleições russas foram também marcadas por acusações de fraude pela oposição. O Presidente russo, de 65 anos, há mais de 18 no poder, conquistou um quarto mandato, até 2024, mas a oposição lançou acusações de que a participação nas urnas foi aumentada através de fraudes. A meio da tarde, a afluência às urnas atingia os 59,5 por cento segundo a Comissão Eleitoral, um pouco mais elevada do que em 2012, quando Vladimir Putin regressou ao Kremlin.
Afastado da eleição devido a uma condenação judiciária, o principal opositor, Alexeï Navalny, acusou o Kremlin de insuflar a mobilização através de fraudes nas urnas e transporte maciço de eleitores.
A Organização Não Governamental Golos, especializada na supervisão de eleições, escreveu no seu sítio online que às 17h00 foram contabilizadas 2.472 irregularidades, como votos múltiplos, ou entraves ao trabalho dos observadores.
A presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, estimou, no entanto, que “não houve assim tantas irregularidades”, enquanto a equipa de Putin contou 200.
As últimas sondagens davam 70 por cento dos votos a Putin, 7 por cento ao seu principal oponente, candidato comunista Pavel Groudinine.
A última semana de campanha foi marcada pela tensão entre Moscovo e o Ocidente, devido ao envenenamento, na Inglaterra, do ex-agente duplo russo Sergueï Skripal e a sua filha.