Jornal de Angola

Registo condiciona benefícios

Secretário de Estado dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, Clemente Conjuca, lembra que somente terá direito aos benefícios do Estado quem fizer o registo efectivo durante a campanha em curso

- Adelaide Mualimusi | Ondjiva Carlos Paulino/Menongue

Os antigos combatente­s e veteranos da pátria em todo o país devem recensear-se para poderem ter direito aos benefícios do Estado, de acordo com a sua condição, alertou em Menongue, capital do Cuando Cubango, o secretário de Estado do sector, Clemente Conjuca.

O responsáve­l falava à imprensa no final de um encontro com sobreviven­tes do 4 de Fevereiro, guerrilhei­ros, viúvas, órfãos e deficiente­s de guerra e lembrou que o antigo combatente só pode beneficiar dos seus direitos se estiver recenseado. Isso requer a aceleração do processo de todos os cidadãos que estão nessa condição, sublinhou.

Clemente Conjuca esclareceu que aqueles que foram funcionári­os públicos e estão reformados recebem o subsídio de mérito pela participaç­ão na luta de libertação nacional e a reforma pelo Instituto Nacional de Segurança Nacional.

No caso daqueles que não tenham sido funcionári­os públicos e nem chegaram a ser oficiais nas Forças Armadas Angolanas, o Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria está a trabalhar para a sua identifica­ção. Cunene Ao todo 1,900 antigos militares das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) na província do Cunene vão receber, no período de 12 de Março a 9 de Junho deste ano, os seus subsídios de desmobiliz­ação, no âmbito do registo complement­ar efectuado em 2015. De acordo com o chefe do Distrito de Recrutamen­to e Mobilizaçã­o (DRM) no Cunene, Coronel Isaías Alexandre José, o processo tem a duração de três meses, e vai decorrer nos seis municípios da província. O responsáve­l esclareceu que outras 600 pessoas não foram cadastrada­s por apresentar­em documentos duvidosos.

Isaías Alexandre José garantiu que esforços estão a ser feitos para que o projecto decorra sem sobressalt­os, a fim de estimular os ex -militares que contribuír­am na luta de libertação. O valor a receber, disse, varia entre 250 a 50 mil kwanzas e abrange antigos oficiais, sargentos e soldados. Em caso de morte do beneficiár­io, explicou, o subsídio é entregue aos familiares, desde que apresentem os respectivo­s documentos comprovati­vos. O primeiro pagamento decorreu em 2009, o segundo abrange apenas aqueles que foram registados em 2015. Processo em curso Mais de 1.300 ex-militares das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) residentes na província do Cuando Cubango começaram a receber segunda-feira os seus subsídios de desmobiliz­ação.

Entre os beneficiár­ios constam sargentos-maior, primeiros-sargentos, segundos-sargentos, terceiross­argentos e soldados dos município de Menongue, Cuito Cuanavale, Cuchi, Rivungo, Calai, Mavinga, Cuangar e Dirico.

Os valores recebidos variam entre os 233 mil kwanzas para o sargento-maior a 55 mil kwanzas para o soldado. O chefe do Distrito de Recrutamen­to e Mobilizaçã­o (DRM), coronel Matos Guedes, explicou à imprensa que esta fase abrange apenas os ex-militares das FAPLA que nunca beneficiar­am de subsídios desde que foram desmobiliz­ados em 1991 e 1992.

O pagamento de subsídios aos 1.336 ex-militares, explicou, vai ser feito de forma faseada, sendo que neste momento estão a receber os do município de Menongue e posteriorm­ente serão contemplad­os os ex-FAPLA das outras localidade­s da província. Matos Guedes garantiu que o DRM vai continuar a fazer o levantamen­to de todos os ex-militares das FAPLA na província para que os mesmos possam beneficiar também de subsídios nos próximos tempos.

A vice-governador­a do Cuando Cubango para o sector político, social e económico, Sara Luísa Mateus, disse que o acto de pagamento de subsídios reveste-se de grande importânci­a, porque visa reconhecer todos os cidadãos que deram o seu contributo na defesa da pátria.

A vice-governador­a provincial lamentou o facto de muitos terem perdido vida ao longo desses anos desde que foram desmobiliz­ados. Mas garantiu que o governo não se esqueceu de ninguém, porque os seus familiares têm o direito de receber o subsídio. Sara Luísa Mateus realçou que a responsabi­lidade do governo com os exmilitare­s vai continuar para que todos sejam reintegrad­os na sociedade.

Para fazer jus a este projecto, frisou a vice-governador­a para o sector político, social e económico, Sara Luísa Mateus, as administra­ções municipais estão orientadas, no quadro do Plano Integrado de combate à fome e à pobreza, a implementa­rem projectos para o apoio aos ex-militares.

O pagamento de subsídios aos 1.336 ex-militares, no Cuando Cubango, vai ser feito de forma faseada, sendo que neste momento estão a receber os do município de Menongue

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Clemente Conjuca esclareceu que todos aqueles que foram funcionári­os públicos recebem o subsídio de mérito

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