Morte de senegalês provoca confrontos
A morte de um imigrante senegalês, no bairro madrileno de Lavapiés, provocou uma violenta batalha campal entre a polícia e a comunidade africana que frequenta o local.
O incidente durou quase toda a noite de sexta-feira e provocou vários estragos materiais em lojas e edifícios atingidos por pedras atiradas pelos manifestantes.
Na origem dos tumultos esteve a morte de um senegalês de 35 anos, que sofreu uma paragem cardiorrespiratória quando, alegadamente, tentava escapar à perseguição da polícia por estar a realizar uma venda ambulante ilegal.
Um relatório policial divulgado este fim de semana pelas autoridades disse que a morte de Mame Mbaye se deveu a causas naturais e que terá ocorrido posteriormente à perseguição policial, excluindo assim que a responsabilidade deva recair sobre os agentes.
Porém, a comunidade africana considerou a informação “pouco credível” e ontem mesmo regressou ao bairro de Lavapiés, para homenagear Mbaye na praça curiosamente denominada de “Nelson Mandela”. A morte deste senegalês, que apesar de não possuir autorização de residência no país vivia em Espanha há 13 anos, está a ser usada pela comunidade senegalesa para protestar contra o racismo institucional a que dizem estar submetidos e contra a forma de actuar das forças policiais. O cônsul do Senegal em Madrid, MouctarBelal BA, que no local pretendia homenagear Mbaye, foi confrontado pelos manifestantes.