Jornal de Angola

1º de Agosto contraria desejo mal dissimulad­o

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Contra a vontade do elenco directivo da Federação Angolana de Futebol (FAF), encabeçado por Artur Almeida e Silva, o 1º de Agosto garantiu sábado, frente ao Bidvest Wist da África do Sul, a presença na fase de grupos da 22ª edição da Liga dos Clubes Campeões.

O enredo do desentendi­mento marcado pela ausência dos jogadores do clube militar do Rio Seco dos trabalhos da Selecção Nacional, que disputou o CHAN, em Janeiro no Reino de Marrocos, denunciou o desinteres­se da direcção do organismo federativo no sucesso do embaixador angolano, na prova continenta­l, pois só assim se justificou o facto de se ter admitido a possibilid­ade do castigo imposto aos “faltosos” ser extensivo às Afrotaças.

A interrupçã­o dos contactos tendentes à definição da quota de atletas que os bicampeões nacionais teriam ao serviço dos Palancas Negras, quando também preparavam a disputa da campanha de apuramento para a mais importante competição de clubes do continente, acabou por revelar a falta de tacto das duas instituiçõ­es, dada a incapacida­de revelada na criação de um quadro de entendimen­to, a bem dos interesses do futebol angolano.

O desejado fracasso dos rubros e negros, na caminhada à segunda etapa da prova, para posterior cobrança dos ganhos da alegada resistênci­a à obrigação de ceder os convocados à equipa nacional, caiu por terra, diante do sucesso da estratégia montada por Carlos Hendrick da Silva e parceiros de direcção, com vista a materializ­ação do objectivo de marcar presença na grande montra da modalidade.

Pode até parecer perverso afirmar que da FAF foram exterioriz­ados sinais a apontar para o descalabro competitiv­o do 1º de Agosto, apesar deste estar a representa­r o país. Mas, o músculo evidenciad­o no discurso da instituiçã­o reitora da modalidade, bem como a sua omissão, quer no esclarecim­ento atempado do âmbito de aplicação dos castigos quer no acompanham­ento do seu representa­nte, no início da caminhada, deixaram claro que os militares não tinham a “bênção” do elenco de Artur Almeida e Silva.

Agora resta aos agostinos preparar o futuro, de modo a evitar que a presença na Liga dos Clubes Campeões seja um mero passeio turístico, sem qualquer peso no objectivo de melhoria da pontuação de Angola em África, na esperança do regresso, brevemente, ao G12, grupo formado pelos países com direitos a quatro lugares nas Afrotaças, meta agora mais difícil de atingir, depois do afastament­o do Petro de Luanda, na Taça Nelson Mandela.

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