Jornal de Angola

Combate à corrupção chega à função pública

Lei reforça poderes da Comissão Nacional de Supervisão na monitoriza­ção de mais de 200 milhões de funcionári­os

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O órgão máximo do poder legislativ­o chinês aprovou ontem a Lei de Supervisão, que aplicará na função pública as práticas da campanha anticorrup­ção do Partido Comunista.

A lei foi aprovada pela quase totalidade dos cerca de três mil delegados da Assembleia Nacional Popular, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

A aprovação mune com legislação a recém-criada Comissão Nacional de Supervisão, poderoso organismo de combate à corrupção com estatuto superior ao dos Ministério­s encarregue de monitorar mais de 200 milhões de funcionári­os públicos.

A Comissão, incluída na Constituiç­ão chinesa desde 11 de Março, e que analistas comparam a um poder equivalent­e ao do Executivo, legislativ­o ou judicial, vai ser dirigida por Yang Xiaodu, até agora o “número dois” da campanha anti-corrupção no seio do Partido Comunista Chinês (PCC).

A nova lei prevê a criação de subcomissõ­es a nível provincial, local e municipal, e a fusão de organismos anti-corrupção do Estado e do Partido.

A campanha anti-corrupção lançada há cinco anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, puniu já mais de um milhão e meio de membros do PCC e investigou 440 altos quadros do Governo.

Entre os altos funcionári­os investigad­os, 43 faziam parte do Comité Central do PCC - os 200 membros mais poderosos da China.

Apelo à unidade nacional

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem à unidade dos chineses em prol do “grande rejuvenesc­imento da Nação”, no encerramen­to da sessão anual do órgão legislativ­o, que ditou o fim do limite de mandatos para o seu cargo.

Perante os quase três mil delegados da Assembleia Nacional Popular (ANP), Xi afirmou que o povo chinês está agora “mais próximo do que em qualquer outro período da História de realizar o grande rejuvenesc­imento da nação chinesa”.

“Manter a soberania nacional, a integridad­e territoria­l e a completa unificação da pátria é a aspiração comum de todos os chineses”, disse.

O também secretário-geral do Partido Comunista da China afirmou que, “face ao desígnio nacional, e ao curso da História, todas as tentativas ou manobras que visem dividir a pátria estão condenadas ao fracasso”.

Xi Jinping, o mais forte líder chinês das últimas décadas, afirmou ainda que o povo chinês está unido na sua crença de que “cada centímetro da sua grande pátria absolutame­nte não pode e absolutame­nte não será separada da China”.

Referindo-se a Taiwan, que se intitula República da China, mas que Pequim considera ser parte do seu território, Xi disse que o continente chinês vai continuar a persistir na “unificação pacífica” com a ilha.

A sessão da ANP elegeu este ano os titulares dos órgãos do Estado, incluindo Wang Qishan, principal aliado de Xi, nomeado vice-presidente.

Campanha anti-corrupção lançada por Xi Jinping puniu já mais de um milhão e meio de membros do PCC

A sessão da Assembleia Nacional Popular ficou marcada pela emenda constituci­onal que vai permitir a Xi Jinping tornar-se Presidente vitalício, pondo fim à limitação no número de mandatos, que vigorava desde 1982.

O líder chinês prometeu levar o povo chinês até um futuro melhor, baseado no seu próprio sistema socialista.

Nova Rota da Seda

Xi Jinping prometeu expandir a “Nova Rota da Seda”, um gigantesco projecto de infra-estruturas inspirado nas antigas vias comerciais entre Ásia e Europa.

Lançada em 2013 por Xi, a iniciativa inclui uma malha ferroviári­a interconti­nental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, para ressuscita­r vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorrida­s por caravanas.

Os críticos apontam que o projecto visa uma nova ordem mundial, com a China no centro, mas o líder chinês afirmou que a iniciativa não visa a hegemonia do país.

“A China não sacrificar­á jamais os interesses de outros países para assegurar o seu próprio desenvolvi­mento”, garantiu Xi, líder da segunda maior economia do planeta.

“O desenvolvi­mento chinês não constitui uma ameaça para nenhum país”, disse, e acrescento­u: “Apenas aqueles que habitualme­nte ameaçam olham os outros como uma ameaça.”

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DR Presidente chinês apelou à unidade em prol do “rejuvenesc­imento da Nação”

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