CARTAS DOS LEITORES
Empresas nacionais
Sou sexagenário e escrevo para o Jornal de Angola pela primeira vez para falar sobre as empresas, mas muito em particular sobre informações recentes que acompanhei relativas ao estado das micro e pequenas empresas em todo o país. Há dias, uma instituição nacional informou que 70 por cento das micro e pequenas empresas criadas nos últimos tempos acabaram por “morrer” por causa da actual conjuntura económica e financeira do país. Como angolano, fico muito preocupado porque a perspectiva de empresas falirem remete-me para o número de pessoas que ficam sem o que comer. Por detrás ou ao lado de quem trabalha, temos sempre que avaliar que existe, pelo menos, um número entre três a dez pessoas. Em muitos agregados familiares, às vezes, apenas uma pessoa trabalha razão pela qual é deveras preocupante quando pequenas empresas fecham as portas. Por outro lado, contrariamente ao que muita gente apregoa, as grandes economias não se fazem com grandes empresas, mas sim com pequenas empresas e muitas delas de cariz familiar. Penso que as instituições do Estado têm grande responsabilidade e tudo devem fazer para que a presente "sangria" de micro e pequenas empresas do tecido económico angolano não continue e com todos os efeitos perniciosos deles decorrentes. Embora vivamos numa economia de mercado não há dúvidas de que é também do interesse do Estado que estas empresas não "morram", pelo menos, tão cedo. Afinal, o Estado precisa da contribuição dessas empresas e atendendo que a estabilidade das famílias é igualmente de suma importância, razão pela qual as micro e pequenas empresas são vitais em qualquer Estado. Para terminar, espero que as instituições do Estado assumam as suas responsabilidades para que as empresas com eleva dos níveis de vulnerabilidade não venham a seguir o mesmo caminho das demais.
Mundial de futebol
Embora Angola não conste entre as representantes do continente africano, preparo-me para apoiar todas as selecções seniores de futebol masculino de África que se apresentarem no Rússia 2018, a primeira copa a ser realizada por aquele país. Trata-se de uma verdadeira montra do futebol mundial e como africano não tenho alternativa senão apoiar as estrelas do nosso futebol. No entanto, espero que o nosso país esteja já a preparar a geração de jogadores que poderão estar presentes no Qatar 2022. É verdade que é ainda muito cedo, como muitos hão de dizer, mas não nos podemos esquecer que é também desde muito cedo que as coisas que correm bem devem ser tratadas. O sucesso não depende da improvisação, mas de uma eficiente preparação programada com um calendário previamente esboçado. Acho que devemos preparar já a participação nas competições de apuramento para o referido campeonato do mundo independentemente da data aparentemente longínqua que ainda nos separa. Para terminar, quero felicitar a Federação Angolana de Futebol (FAF), liderada pelo Dr. Artur de Almeida, pelo trabalho que realizam em prol do nosso futebol. Espero que as instituições o ajudem no sentido do cumprimento do seu programa.
Combate à corrupção
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para felicitar, primeiro, e em seguida abordar a maka do combate à corrupção no país. Hoje, oiço com muita satisfação abordagens sobre a corrupção que muito me animam e a alegria é ainda maior quando vejo toda esta nova realidade também nas páginas do Jornal de Angola. Hoje a frequência com que se fala sobre o combate contra a corrupção e males conexos permitem encarar o fenómeno como algo que os angolanos estão completamente dispostos a erradicar. E independentemente de existir ainda um longo caminho para percorrer em matéria de actos concretos por parte do poder judicial na contenção da corrupção e males conexos, na verdade, ouvir a disposição para os combater é muito positivo. Reconhecer a existência de um mal é, como diz a experiência popular, um dos primeiros passos para que se possa corrigir ou erradicar.