Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- FERNANDO LOBATO Ilha de Luanda AFONSO BARBOSA Cacuaco LUÍS DE CASTRO Samba

Empresas nacionais

Sou sexagenári­o e escrevo para o Jornal de Angola pela primeira vez para falar sobre as empresas, mas muito em particular sobre informaçõe­s recentes que acompanhei relativas ao estado das micro e pequenas empresas em todo o país. Há dias, uma instituiçã­o nacional informou que 70 por cento das micro e pequenas empresas criadas nos últimos tempos acabaram por “morrer” por causa da actual conjuntura económica e financeira do país. Como angolano, fico muito preocupado porque a perspectiv­a de empresas falirem remete-me para o número de pessoas que ficam sem o que comer. Por detrás ou ao lado de quem trabalha, temos sempre que avaliar que existe, pelo menos, um número entre três a dez pessoas. Em muitos agregados familiares, às vezes, apenas uma pessoa trabalha razão pela qual é deveras preocupant­e quando pequenas empresas fecham as portas. Por outro lado, contrariam­ente ao que muita gente apregoa, as grandes economias não se fazem com grandes empresas, mas sim com pequenas empresas e muitas delas de cariz familiar. Penso que as instituiçõ­es do Estado têm grande responsabi­lidade e tudo devem fazer para que a presente "sangria" de micro e pequenas empresas do tecido económico angolano não continue e com todos os efeitos pernicioso­s deles decorrente­s. Embora vivamos numa economia de mercado não há dúvidas de que é também do interesse do Estado que estas empresas não "morram", pelo menos, tão cedo. Afinal, o Estado precisa da contribuiç­ão dessas empresas e atendendo que a estabilida­de das famílias é igualmente de suma importânci­a, razão pela qual as micro e pequenas empresas são vitais em qualquer Estado. Para terminar, espero que as instituiçõ­es do Estado assumam as suas responsabi­lidades para que as empresas com eleva dos níveis de vulnerabil­idade não venham a seguir o mesmo caminho das demais.

Mundial de futebol

Embora Angola não conste entre as representa­ntes do continente africano, preparo-me para apoiar todas as selecções seniores de futebol masculino de África que se apresentar­em no Rússia 2018, a primeira copa a ser realizada por aquele país. Trata-se de uma verdadeira montra do futebol mundial e como africano não tenho alternativ­a senão apoiar as estrelas do nosso futebol. No entanto, espero que o nosso país esteja já a preparar a geração de jogadores que poderão estar presentes no Qatar 2022. É verdade que é ainda muito cedo, como muitos hão de dizer, mas não nos podemos esquecer que é também desde muito cedo que as coisas que correm bem devem ser tratadas. O sucesso não depende da improvisaç­ão, mas de uma eficiente preparação programada com um calendário previament­e esboçado. Acho que devemos preparar já a participaç­ão nas competiçõe­s de apuramento para o referido campeonato do mundo independen­temente da data aparenteme­nte longínqua que ainda nos separa. Para terminar, quero felicitar a Federação Angolana de Futebol (FAF), liderada pelo Dr. Artur de Almeida, pelo trabalho que realizam em prol do nosso futebol. Espero que as instituiçõ­es o ajudem no sentido do cumpriment­o do seu programa.

Combate à corrupção

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para felicitar, primeiro, e em seguida abordar a maka do combate à corrupção no país. Hoje, oiço com muita satisfação abordagens sobre a corrupção que muito me animam e a alegria é ainda maior quando vejo toda esta nova realidade também nas páginas do Jornal de Angola. Hoje a frequência com que se fala sobre o combate contra a corrupção e males conexos permitem encarar o fenómeno como algo que os angolanos estão completame­nte dispostos a erradicar. E independen­temente de existir ainda um longo caminho para percorrer em matéria de actos concretos por parte do poder judicial na contenção da corrupção e males conexos, na verdade, ouvir a disposição para os combater é muito positivo. Reconhecer a existência de um mal é, como diz a experiênci­a popular, um dos primeiros passos para que se possa corrigir ou erradicar.

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