Credores rejeitam proposta de Moçambique
O Governo de Moçambique propôs aos credores e investidores da dívida pública um perdão de 50 por cento da dívida atrasada, mas os credores indicaram que a proposta vai ser rejeitada.
O representante do grupo de investidores, que detém mais de 80 por cento da dívida pública moçambicana, disse em Londres que a proposta apresentada pelo Governo de Moçambique vai voltar a ser rejeitada num novo encontro que está marcado para hoje.
O advogado Thomas Laryea, conselheiro legal do autodenominado Grupo Global de Detentores de Títulos de Dívida de Moçambique, que afirma representar mais de 80 por cento do total de 727,5 milhões de dólares emitidos em 2016, disse à agência de informação financeira Bloomberg que a proposta não é suficiente para se iniciarem reuniões.
Segundo o jornal "O País" de Maputo, o Governo de Moçambique propôs aos credores e investidores na dívida pública um perdão de 50 por cento da dívida atrasada, ou seja, 318 dos 636 milhões de dólares de dívida que já devia ter sido paga.
De acordo com o documento apresentado aos credores em Londres e divulgado pela imprensa de Maputo, Moçambique propõe um perdão de dívida de 50 por cento nos juros passados e nas penalizações, “caso existam”, e alterações às taxas de juro e à maturidade da emissão de dívida, cujo prazo inicial terminava em 2020 e já foi alargado para 2023.
Na apresentação aos investidores e credores sobre os passos que o Governo defende para reestruturar a dívida pública, que atingiu níveis insustentáveis para as finanças públicas moçambicanas, o Governo propõe aos credores a opção de trocarem os títulos por um de três instrumentos financeiros. Em todas elas, a maturidade é alargada em oito, 12 ou 16 anos, sendo que nesta última é pago duas vezes por ano um cupão de dois por cento até ao quinto ano e depois um de três por cento entre o quinto e o décimo ano, que sobe para seis por cento a partir desse ano.