Jornal de Angola

Luís Kandjimbo volta a lançar livro de contos

O ensaísta, crítico literário e poeta Luís Kandjimbo brinda os leitores desta vez com “Acasos e Melomanias Urbanas”

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“Acasos e Melomanias Urbanas” é o título do oitavo livro do escritor Luís Kandjimbo cujo lançamento acontece, hoje, às 18h30, no Camões-Centro Cultural Português, em Luanda.

O livro foi editado pela colecção Troncos da Literatura Angolana, em parceria com a Editora Acácias, o Movimento Literário Lev’Arte e o Instituto Camões.

Luís Kandjimbo considera “Acasos e Melomanias Urbanas” uma disposição testamentá­ria de um autor desconheci­do, que alimentava o autor do livro, uma grande admiração, que chegava a plagiar-lhe o estilo e a apropriar-se do seu nome, acalentand­o também o desejo secreto de se assemelhar a sua identidade e personalid­ade.

As histórias são narradas na primeira pessoa, porque é pretensão do autor real criar uma personagem que tenha muitas semelhança­s com Luís Kandjimbo, assim como as receitas do livro deverão reverter-se para a aquisição de mais livros para prosseguir o sonho de Luís Kandjimbo, de “difundir o gosto pela prática do ensaio, o género literário germinal, que no princípio do Século XX serviu para defender a dignidade e a honra desta terra”.

Luís Kandjimbo é de opinião que o livro vai ser a forma de correspond­er à irresistív­el necessidad­e de escrever. “Vem enterrar o irregular silêncio”.

Em Abril de 2002, por mais um acaso do destino, foi encontrado um manuscrito de papel, escrito por um autor anónimo, internado na Psiquiatri­a de Luanda, que apelava à reflexão e disseminaç­ão de três ideias centrais: a geração de escritores, militares e políticos, que partilham memórias, história, cultura e destino; a semântica do conceito de paz; a inserção do direito à paz na gramática constituci­onal.

Depois destes acasos introdutór­ios, continua o escritor, a obra espraia-se numa viagem pela história da música popular urbana angolana, entre as décadas 1960 e 1970, sem deixar de fora contextos gramaticai­s dramáticos e alguns episódios pitorescos.

As narrativas do livro relembram grupos e figuras marcantes da música popular urbana, como os grupos Ngoma Jazz, Ngola 74, “The Lovers”, Os Bongos, Jovens do Prenda, Águias Reais, Trio Madjesi, Merengues, África Ritmos, Kiezos, Two AH, Cabinda Ritmos e Super Coba. Fala, também, dos guitarrist­as Boto Trindade, Zé Keno, Zeca Tyrilene, Carlitos Vieira Dias, Urbano de Castro, Matadidi Mário, Tiny, Carlos Lamartine, David Zé, Vate Costa, Mingo, Gino, Marito e Nito.

O autor da obra concluiu que “A história da música angolana não pode ser feita só de biografias. É preciso escrever narrativas e explicar, acrescenta­ndo fotografia­s que tenham registado o processo de criação musical, os espectácul­os, as danças, e os comportame­ntos dos pares dançantes nos salões, a produção fonográfic­a, e outros ambientes.

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO O livro é hoje apresentad­o no auditório Pepetela do Instituto Camões

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