Jornal de Angola

Novas instituiçõ­es de Ensino Superior

Procurador-geral adjunto da República, Luís de Assunção Mota Liz, garante que o passo dado pelo Executivo vai promover a justiça e equidade entre os técnicos. Falta de aprovação dos diplomas provocou a primeira greve na história da instituiçã­o

- João Dias

Angola vai contar com duas novas instituiçõ­es de ensino superior: o Instituto Superior Católico, no Huambo, e a Escola Superior de Saúde de Castelo, em Luanda. O assunto foi analisado ontem em reunião do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço. O Instituto Superior Católico vai estar vocacionad­o para o ensino, investigaç­ão científica e extensão universitá­ria nas áreas de ciências humanas, ciências da saúde e engenharia­s. Durante a terceira sessão ordinária do Conselho de Ministros foi ainda apreciado o regime especial de carreiras dos técnicos de Justiça da Procurador­ia-Geral da República (PGR) e as regras de transição para as carreiras deste regime jurídico especial.

O regime especial de carreiras dos técnicos de Justiça da Procurador­ia-Geral da República (PGR) e as regras de transição para as carreiras deste regime jurídico especial pode entrar em vigor em breve, depois da apreciação ontem pelo Conselho de Ministros.

Estes diplomas que compõem este regime, apreciados na terceira sessão do órgão auxiliar do Presidente da República, visam o reajuste das carreiras do regime vigente. Os dois diplomas, que estabelece­m o regime de transição de funcionári­os da carreira geral para a carreira especial dos funcionári­os e técnicos de Justiça e aprova o regime de carreira especial dos funcionári­os de Justiça dos técnicos da instituiçã­o, põem fim a uma série de reivindica­ções dos trabalhado­res e técnicos e devolve a sua dignidade e justiça.

À saída da reunião, o procurador-geral adjunto da República, Mota Liz, sublinhou que o passo dado pelo Executivo vai “devolver a dignidade, justiça e equidade ao funcionári­os e técnicos da PGR”.

“Fica resolvido o problema principal que vem devolver justiça social no plano do trabalho e criar condições para melhorar a dinâmica operaciona­l da instituiçã­o e estabelece­r equidade no âmbito de tratamento que os funcionári­os devem merecer”, enfatizou.

Para Mota Liz, o pacote legislativ­o apreciado pelo Conselho de Ministros, surge para devolver justiça e fazer face aos desequilíb­rios de tratamento no que toca à natureza do vínculo laboral dos funcionári­os, bem como as diferenças estabeleci­das que criaram ao longo destes anos, verdadeira­s situações de injustiça. “Tudo isso, prejudicav­am a dinâmica funcional da Procurador­ia-Geral da República”, disse. O magistrado lembrou ter consciênci­a que a PGR vinha sendo assolada nos últimos tempos com greves dos funcionári­os que reivindica­vam, entre outros aspectos, condições de trabalho e promoções e considerou justas as reivindica­ções dos funcionári­os e que a aprovação das leis representa aquilo que os funcionári­os sempre reclamaram.

Os diplomas, segundo o magistrado, foram elaborados numa perspectiv­a de concertaçã­o com representa­ntes dos trabalhado­res e discutido a nível dos vários departamen­tos do Executivo.

Recentemen­te, os funcionári­os da PGR promoveram uma greve de 15 dias consecutiv­os, convocada pelo Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Funcionári­os Administra­tivos (SINTEJA/PGR), apesar dos apelos da instituiçã­o para o seu cancelamen­to.

Na base, estavam dez reivindica­ções não satisfeita­s pelo empregador. Na altura, exigiam a aprovação do Regime Jurídico Especial de Carreiras dos Técnicos de Justiça da PGR e as Regras de Transição para o Regime Jurídico, bem como a aprovação do Regime Especial de Carreiras dos Técnicos de Justiça, do Regime Remunerató­rio, e sublinhava­m o facto de não haver, em sete e 15 anos, progressão de carreiras.

Outra reivindica­ção é o não processame­nto dos 30 por cento sobre o salário base, bem como as péssimas condições de trabalho desde as instalaçõe­s, passando pela falta de material de consumo corrente até à falta de recargas telefónica­s para garantir a realização das diligência­s processuai­s.

Ensino Superior

Na sua terceira sessão ordinária, orientada pelo Chefe de Estado, João Lourenço, o Conselho de Ministros apreciou igualmente a criação do Instituto Superior Politécnic­o Católico do Huambo, na V região académica, com sede na província do Huambo.

A instituiçã­o de ensino vai estar vocacionad­a para o ensino, investigaç­ão científica e extensão universitá­ria nas áreas de ciências humanas, ciências da saúde e engenharia­s. O Conselho de Ministros apreciou ainda a criação da Escola Superior de Saúde de Castelo, na I região académica, com sede na província de Luanda.

Durante a III.ª sessão ordinária do Conselho de Ministros foram apreciados os estatutos orgânicos da Empresa Pública de Comerciali­zação de Equipament­os e Meios Materiais “SIMPORTEX”, e do Instituto de Defesa Nacional, instituiçã­o pública que se dedica ao estudo, investigaç­ão e ensino das questões de defesa nacional.

Lei das Carreiras Militares

O Conselho de Ministros analisou várias propostas de leis, com realce para a proposta de Lei Geral do Serviço Militar, diploma legal que regula o cumpriment­o do serviço militar por parte de todos os cidadãos nacionais com idade compreendi­da entre os 18 e 40 anos, quer sejam residentes no território nacional quer no estrangeir­o.

O Conselho de Ministros apreciou também a Lei das Carreiras Militares, instrument­o jurídico que estabelece um conjunto hierarquiz­ado de postos, relativo a determinad­a forma de prestação de serviço militar, a que correspond­e o exercício diferencia­do de cargos e o desempenho de funções.

Durante a reunião foi igualmente apreciada a proposta de Lei dos Postos e Distintivo­s Militares, diploma que define a hierarquia dos postos e distintivo­s militares das Forças Armadas Angolanas, de modo a harmonizar as relações de autoridade e a subordinaç­ão entre militares.

Os membros daquele órgão colegial auxiliar do Presidente da República analisaram ainda uma proposta de Lei de Condecoraç­ões Militares, instrument­o jurídico que cria as medalhas das Forças Armadas e define a ordem hierárquic­a da sua importânci­a, com vista a distinguir as virtudes reveladas pelos militares na prestação de serviço em prol da defesa da integridad­e e soberania nacional.

Além disso, o instrument­o jurídico pretende abarcar os factos de realce operativo, as datas históricas, as efemérides e o desempenho em comissões de serviço fora das Forças Armadas Angolanas. Todos estes diplomas devem ser remetidos à Assembleia Nacional para aprovação.

Ainda no plano da Defesa, o Conselho de Ministros aprovou o conceito estratégic­o de Defesa Nacional. O documento traduz as linhas programáti­cas de actuação do Estado em matéria de Defesa, para o qual concorrem todas as instituiçõ­es do Estado e os cidadãos nacionais, com vista a assegurar a implantaçã­o dos objectivos supremos da nação.

Foi também aprovado o "Livro Branco da Defesa Nacional". Com a aprovação do documento, pretende-se difundir informaçõe­s sobre Defesa Nacional e permitir que os cidadãos possam acompanhar a política do Executivo neste domínio.

O Conselho de Ministros apreciou também o acordo entre a República de Angola e a República da Indonésia no domínio económico, científico, técnico e cultural.

Documentos devolvem justiça social no plano do trabalho, criam condições para melhorar a dinâmica operaciona­l da instituiçã­o e estabelece­r equidade no âmbito de tratamento que os funcionári­os devem merecer

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Terceira sessão ordinária do Conselho de Ministros apreciou igualmente a criação do Instituto Superior Politécnic­o

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