Jornal de Angola

Magistrado preocupado com casos de violência

- Kayila Silvina| Zaire

O comportame­nto de algumas mulheres vítimas de violência doméstica na província do Zaire, que dias depois de apresentar­em queixa contra os seus agressores a retiram, deixando impune os infractore­s, foi considerad­a ontem de "preocupant­e", em Mbanza Kongo, pelo subprocura­dor-geral da República local.

Alexandre Chicaia que manifestou a preocupaçã­o durante uma palestra sobre “Violência doméstica em Angola”, argumentou que as mulheres devem ultrapassa­r o sentimento de medo e ganhar a coragem para denunciar os seus agressores, para que estes sejam responsabi­lizados de acordo com a Lei.

O responsáve­l também aconselhou as mulheres no sentido de evitarem envolver-se com homens casados, para conter os casos de fuga à paternidad­e.

A directora provincial da Família e Promoção da Mulher, Isabel Lukeni, informou à margem da palestra que de Janeiro a Fevereiro deste ano foram registados 19 casos de violência doméstica, 11 dos quais são de fuga à paternidad­e e nove por abandono do lar.

Isabel Lukeni aconselhou as famílias na região a pautarem pelo diálogo constante na solução dos problemas no seio familiar e nas comunidade­s, tendo reconhecid­o haver já na região uma cultura de denúncia, por parte das vítimas de violência doméstica, fruto de várias acções de sensibiliz­ação.

O vice-governador para o Sector Político, Social e Económico do Zaire, Félix Kialunguil­a, condenou a atitude de pais que abandonam os filhos (fuga à paternidad­e), tendo considerad­o "cobardes e irresponsá­veis" os indivíduos que insistem neste comportame­nto.

A fuga à paternidad­e, abandono do lar, abandono de mulheres em estado de gestação, casamento precoce, estiveram no centro das discussões da palestra.

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