Jornal de Angola

ANTIGOS MILITARES RECLAMAM SUBSÍDIOS

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Um total de 300 antigos militares das extintas FAPLA manifestar­am-se insatisfei­tos com a falta de pagamento dos seus subsídios de desmobiliz­ação, há mais de dez anos.

Os ex-militares exigem que o pagamento dos subsídios seja feito, como forma de recompensa do contributo prestado na defesa da soberania nacional. Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Jones Fernando, de 58 anos, indignado com a situação, lamentou a falta de transparên­cia por parte do Governo no cumpriment­o das suas obrigações. “Estamos tristes porque o Governo não quer atender as nossas reivindica­ções. Somos chefes de família e não temos emprego para sustentar os filhos”, disse Jones Fernando, que apela à boa vontade das autoridade­s de direito para a solução do problema. O antigo segundo-sargento das extintas FAPLA acusou o Distrito de Recrutamen­to e Mobilizaçã­o do Moxico, pela excessiva burocracia no atendiment­o dos excombaten­tes, facilitand­o indivíduos que nunca pegaram em armas para defender o país.

A Província do Moxico controla mais de cinco mil ex-militares, dos quais mais de 300 não recebem os seus subsídios de desmobiliz­ação desde 2008. “Vamos sair à rua, caso as nossas inquietaçõ­es não sejam solucionad­as”, advertem os ex-militares.

O Jornal de Angola tentou ouvir, sem sucesso, responsáve­is do Distrito de Recrutamen­to e Mobilizaçã­o do Moxico. Na Huíla, ex-militares das extintas FAPLA e FALA, cadastrado­s entre 2002 e 2015, iniciaram, no Lubango, a receber os seus subsídios de desmobiliz­ação.

Ao todo são cerca de cinco mil, de acordo com o responsáve­l da Comissão Técnica do Gabinete de Atendiment­o e Gestão dos Assuntos dos Ex-militares do Distrito de Recrutamen­to e Mobilizaçã­o da Huíla, major Raul Graças.

Sem revelar o valor global existente, o oficial superior sublinhou que o processo em causa será feito em três meses, priorizand­o, numa primeira fase, os residentes no município do Lubango, durante a primeira semana, e seguir-se-ão os restantes. Segundo o responsáve­l, um sargento maior recebe um subsídio de 233.400 kwanzas, o primeirosa­rgento 161.900 kwanzas, o segundo sargento 135 mil kwanzas, e igual quantia para o terceiro sargento. O processo de pagamento de subsídios decorre em todo o país.

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