Jornal de Angola

Maputo nega acusação de atrasar negociaçõe­s

-

O ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, rejeitou ontem que o Governo moçambican­o esteja a arrastar as negociaçõe­s com os credores das dívidas ocultas, assinaland­o que a indefiniçã­o do processo é danosa para todas as partes.

“Todos estão claros de que a situação de não pagarmos não é a melhor solução para os credores, nem para todos”, disse. Analistas da Economist Intelligen­ce Unit (EIU) defenderam quinta-feira que o Governo de Moçambique está a prolongar as negociaçõe­s com os credores de propósito e que conversaçõ­es demoradas também beneficiam os bancos envolvidos nos empréstimo­s às empresas públicas. De acordo com Maleiane, “não é assim”.

A demora num entendimen­to entre Moçambique e os credores vai continuar a degradar a confiança dos mercados e dos investidor­es no país, notou, e a deteriorar as condições de pagamento das suas obrigações. “O que é importante é que temos de ter uma solução, porque, se não tivermos, este assunto vai estar sempre na imprensa, este crédito vai contribuir negativame­nte para o 'rating' de Moçambique”, acrescento­u.

O ministro negou que tenha sido um fracasso a falta de um acordo esta semana com os credores moçambican­os em Londres, sublinhand­o que a pretensão do Governo era apenas apresentar propostas de resolução do diferendo, aguardando contraprop­ostas. “Não era uma missão para pedir dinheiro, para ter sucesso ou não. Era uma reunião com os credores para ver se podem atenuar as condições para permitir que o pagamento das dívidas seja regulariza­do”, frisou.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola