Jornal de Angola

Instituto quer introduzir serviço de dados online

O INAAREES funciona com apenas 27 trabalhado­res, que diariament­e recebem cerca de 400 processos

- Alexa Sonhi

A homologaçã­o de diplomas e de certificad­os universitá­rios pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) pode ser mais célere, nos próximos tempos, caso a instituiçã­o adopte uma base de dados em rede única, anunciou ontem, em Luanda, o seu director-geral.

Jesus Tomé explicou que a materializ­ação deste projecto vai permitir aos cidadãos de outras províncias, além de Luanda, a enviarem os seus processos via online e receberem a resposta da documentaç­ão pelo mesmo canal.

O director-geral do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior referiu ainda que, caso este projecto seja consolidad­o, vai permitir que o Estado poupe recursos materiais na construção de delegações provinciai­s ou regionais do instituto, reduzindo também a acumulação de processos e diminuir as enchentes que se registam diariament­e na instituiçã­o.

Neste momento, o Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior dispõe apenas de 27 funcionári­os no seu quadro geral e específico, que diariament­e recebem entre 350 e 400 processos provenient­es de todo o país e de instituiçõ­es de ensino superior estrangeir­as, para serem homologado­s, o que é muito pesado.

Além desta situação, o director queixa-se da morosidade de muitas instituiçõ­es de ensino em dar respostas aos pedidos de confirmaçã­o dos certificad­os e diplomas apresentad­os pelos cidadãos, daí que os processos demoram igualmente para serem despachado­s pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior.

Em função disso, outra estratégia importante apontada por Jesus Tomé é o aumento do número de técnicos quer seja no atendiment­o geral, quer no específico, para tratar os processos de forma mais célere. Para isso, é necessário que haja uma articulaçã­o entre os ministério­s do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e o das Finanças, para que as coisas se processem num curto espaço de tempo.

A título de exemplo, o director-geral revelou que, só nos dia 27 e 28 de Fevereiro, o Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior recebeu cerca de dois mil processos, devido aos concursos que os ministério­s da Educação e da Saúde pretendem realizar. “Mas, com o número de pessoal reduzido é impossível dar-se uma resposta favorável em tempo oportuno”.

Documentos falsos

Em relação à documentaç­ão falsa, o director-geral do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior disse que, entre Setembro de 2017 e Janeiro deste ano, foram detectados 17 processos de universida­des nacionais e estrangeir­as. Os mesmos já foram encaminhad­os aos serviços judiciais, para merecerem o devido tratamento.

Jesus Tomé disse que os cursos que mais documentos falsos remetem ao Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior, para serem homologado­s, são os de carácter liberal, designadam­ente os de Medicina, Engenharia, Economia e Contabilid­ade.

Quanto à origem, os documentos falsos de instituiçõ­es de ensino superior estrangeir­as, revelou que os mesmos são maioritari­amente da República Democrátic­a do Congo. Esses casos envolvem congoleses que procuram emprego aqui e de angolanos que vão a esse país estudar.

Jesus Tomé disse que o Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior tem estado a dialogar com as autoridade­s académicas do Congo, expondo as suas inquietaçõ­es. Nesse exercício, a instituiçã­o recebe promessas de que haverá um maior controlo de forma a evitar-se que situações do género voltem a acontecer.

O director-geral aconselha os responsáve­is de empresas a recorrerem aos serviços do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditaçã­o e Reconhecim­ento de Estudos do Ensino Superior para aferirem a autenticid­ade da documentaç­ão de quem apresente o grau de licenciado, mestre ou doutor.

A materializ­ação desse projecto vai permitir aos cidadãos de fora da capital enviarem os processos via online e receberem a resposta da documentaç­ão pelo mesmo canal

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Caso seja consolidad­o o projecto o Estado vai poupar recursos materiais na construção de delegações

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