Comércio livre continental é um passo decisivo
África acaba de dar um passo decisivo em direcção à optimização dos recursos naturais e potencialidades económicas para o beneficio de um universo de cerca 1.216 biliões de pessoas, que constituem a população do continente berço da humanidade, cerca do dobro da Europa com 741,4 milhões, acima das Américas com, 1,002 mil milhões, que apesar de ser a maior reserva em recursos naturais, é incompreensivelmente o espaço em que a fome ainda faz morada e dizima vidas, sendo uma das principais fontes de imigrantes, que na vā tentativa de alcançar a Europa em busca do melhor viver, cerca de metade sucumbe no alto mar, tal é o risco do destino incerto...!!!
Como bem ficou sublinhado no acto constitutivo da Zona de Comércio Livre Continental, o passo dado constitui um caminho sem retorno, ficando com o ónus do custo de oportunidade aqueles países que se colocaram à margem do momento histórico, que irá permitir maior aproximação entre países, povos, culturas e trocas comerciais competitivas na base do “win win” para alegria dos seus consumidores. A propósito dos países que não subscreveram (ainda)o acordo pelas mais diversas razões, remete-nos ao século XX, mais concretamente em 1945, quando no final de II Guerra Mundial, a Europa, para emergir das cinzas da guerra, adoptou o Plano Marshal, tendo ficado também de fora a Inglaterra, França e Itália, sem falar do bloco soviético, pelo facto de Josef Stalin ter considerado o referido plano uma ameaça, o que não impediu a reconstrução da Europa, tendo o êxito do plano permitido o crescimento significativo das economias de cada país participante, sendo que a Alemanha cresceu acima dos níveis préguerra. Assim, nas duas décadas seguintes, a Europa Ocidental iria gozar de prosperidade e crescimento. O Plano Marshal também é tido como um dos primeiros elementos de integração europeia, em virtude de ter permitido a anulação de barreiras comerciais, cuja indústria cresceu 35% e agricultura superou os níveis dos anos pré-guerra, tendo sido criadas igualmente instituições de coordenação económica a nível continental.
O nosso apreço e aplauso estende-se também à rubrica, na ocasião, do Protocolo sobre a Livre Circulação de Pessoas e Bens, no quadro da vocação integracionista, como bem enfatizou o Presidente da República João Lourenço, deixado bem claro o seu elevado optimismo relativamente ao êxito da Zona de Comércio Livre Continental. É na complementaridade das valências económicas que reside o êxito do histórico instrumento rubricado no dia 21 de Março – mês dedicado à mulher, a história não se compadece com hesitações permanentes, porque pior do que decidir mal, é não decidir nada. Para o caso em presença e sem a mínima margem de erro, posso afirmar que mais do que uma decisão acertada, foi sim uma decisão sábia.
Que este passo decisivo dado pelos Chefes de Estado durante a décima Cimeira da União Africana (UA), encontre o merecido e célere acolhimento dos Parlamentos dos países subscritores, para que constem dos referidos ordenamentos jurídicos, passando da letra à acção a bem da prosperidade económica de África.
Bem haja!
Que este passo decisivo dado pelos Chefes de Estado durante a décima Cimeira da União Africana (UA), encontre o merecido e célere acolhimento dos Parlamentos dos países subscritores, para que constem dos referidos ordenamentos jurídicos, passando da letra à acção a bem da prosperidade económica de África