Escola Mutu-ya-Kevela reabre como Magistério
O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou ontem a instituição de ensino vocacionada para formar professores de qualidade. As ministras da Educação e do Ensino Superior estiveram presentes
A Escola Mutu-ya-Kevela reabriu ontem e vai formar professores para Educação Pré-Escolar, Ensino Primário e Primeiro Ciclo do Ensino Secundário. Com capacidade para 3.200 alunos, o Magistério Mutu-ya-Kevela tem 31 salas de aula, 62 turmas, 11 laboratórios, entre os quais de informática, química, física e geologia e um laboratório de multimédia, três anfiteatros.
O Presidente da República, João Lourenço, reinaugurou na manhã de ontem, em Luanda, o antigo Liceu Salvador Correia, que reabre com o estatuto de magistério voltado para a formação de professores para educação pré-escolar, ensino primário e primeiro ciclo do ensino secundário.
O Chefe de Estado, que esteve acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, numa breve cerimónia que contou, igualmente, com a presença do Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, e de membros do Executivo e da sociedade civil, procedeu ao corte da fita e descerrou a placa de bronze à entrada do agora Magistério Mutu ya Kevela.
Ao Presidente da República foram dadas explicações pormenorizadas sobre o processo de restauro, pela arquitecta Irene Neto Figueiredo. De seguida, foi-lhe proporcionada uma visita guiada ao interior da escola, cuja identidade arquitectónica continua intacta.
Completamente restaurado, o Magistério Mutu ya Kevela, além de formar profissionais para a educação pré-escolar, ensino primário e primeiro ciclo do ensino secundário, vai, simultaneamente, contar com turmas para aplicação das práticas pedagógicas dos formandos, uma espécie de escola anexa, o que torna a instituição uma referência em qualidade e excelência na profissionalização do docente.
A funcionar desde Fevereiro deste ano e em dois turnos, o Mutu ya Kevela comporta 31 salas de aula, 62 turmas, 11 laboratórios, entre os quais de informática, química, física e geologia e um laboratório de multimédia, três anfiteatros, um ginásio e quatro campos desportivos. A escola tem capacidade para 3.200 alunos distribuídos em dois turnos, 352 funcionários, entre os quais 267 são docentes. A instituição guarda a ambição de se tornar excelência no ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, a aprendizagem de línguas estrangeiras e despertar o interesse dos alunos do ensino secundário para as ciências, tecnologias, engenharia e matemática.
No edifício, classificado de Património Nacional pelo Despacho n.º 47, de 8 de Julho de 1992, salta à vista o facto de as obras de restauro terem deixado intacta a identidade arquitectónica do antigo liceu. Os azulejos que retratam os grandes navegadores portugueses que revestem os vastos corredores e galerias da escola continuam lá intocados. Para tal, foram necessários 24 milhões de dólares e perto de oito anos para as obras e 25 meses ininterruptos para a conclusão dos detalhes. Ensino de qualidade
A ministra da Educação, Maria de Cândida Teixeira, falou, no final da reinauguração do Magistério Mutu ya Kevela, da necessidade de formação de qualidade dos professores para o ensino primário. Por isso, prosseguiu a ministra, já estão identificados os professores para a acção formativa, parte deles licenciados em pedagogia e com experiência na formação de formadores.
A ministra, que defendeu a implementação de políticas que visam a criação de condições para os docentes em todo o país, informou que a gestão administrativa do Magistério Mutu ya Kevela vai ser feita na base de uma cooperação francesa.
Segundo Cândida Teixeira, as autoridades pretendem transformar o Magistério numa instituição de referência e com um ensino de qualidade e excelência, que passe pela profissionalização do docente e valorização dos professores.
O Magistério Mutu ya Kevela, disse, responde ao objectivo do Plano Nacional de Formação de Quadros, do Programa Nacional de Formação de Professores, de 2017-2022, e do Programa Nacional de Desenvolvimento da Educação. Património Nacional
A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, ao referirse à escola, disse que o restauro do Mutu ya Kevela “valoriza os patriotas que, com o seu exemplo e sacrifício, contribuíram para que Angola seja um Estado soberano, independente e politicamente forte”.
“Estamos satisfeitos pelo facto de a escola Mutu ya Kevela continuar com o nome de um dos destacados filhos desta pátria, que deu o seu contributo na luta contra o colonialismo na região do Bailundo”, disse a ministra que pediu maior engajamento e responsabilidade dos docentes na formação de quadros para a educação.
Carolina Cerqueira pede maior preservação do edifício e de tudo o que nele contém, por se tratar de um património nacional que guarda “fragmentos” da memória colectiva dos angolanos e parte da sua história.
O acto foi testemunhado por membros do Executivo e entidades ligadas ao sector.
O Mutu ya Kevela comporta 31 salas de aula, 62 turmas e 11 laboratórios, entre os quais de informática, química, física e geografia, além de um outro laboratório de multimédia