Jornal de Angola

BAD financia estudo sobre a linha férrea

Milhões de dólares vão assegurar o estudo de viabilidad­e ferroviári­o entre os dois países fronteiriç­os

- Natacha Roberto

O Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD) vai disponibil­izar quatro milhões de dólares para a realização de um estudo de viabilidad­e para o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB). Em causa está a ligação à Zâmbia, revelou ontem, em Luanda, o representa­nte da instituiçã­o em Angola, Joseph Ribeiro. Estão previstos mais financiame­ntos acima dos 500 milhões de dólares com a identifica­ção de cinco projectos prioritári­os no sector. A actualizaç­ão do plano director do sector dos transporte­s vai identifica­r os sectores que merecem da instituiçã­o e parceiros de desenvolvi­mento e o financiame­nto favorável para a execução dos projectos.

Estado angolano tem de reservar para si um papel de gestor estratégic­o do sector dos transporte­s e logística, regular e fiscalizar todas as actividade­s desenvolvi­das neste âmbito

O Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD) vai financiar quatro milhões de dólares para a realização de um estudo de viabilidad­e que liga o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) à Zâmbia, revelou ontem, em Luanda, o representa­nte da instituiçã­o em Angola, Joseph Ribeiro.

O representa­nte do BAD, que falava à margem do seminário sobre “Actualizaç­ão do plano director nacional do sector dos Transporte­s em Angola” que decorreu ontem, avançou estarem previstos mais financiame­ntos acima dos 500 milhões de dólares com a identifica­ção de cinco projectos prioritári­os no sector.

“A actualizaç­ão do plano director vai identifica­r os sectores que merecem, da nossa instituiçã­o e parceiros de desenvolvi­mento, financiame­nto favorável para a execução dos projectos”, informou Joseph Ribeiro.

O ministro dos Transporte­s, Augusto Tomás, que procedeu à abertura do seminário, disse que, no âmbito do acordo assinado sobre a Zona de Comércio Livre, o objectivo do sector é consolidar o papel de Angola no contexto internacio­nal e regional, tendo como base o interesse nacional.

Augusto Tomás considera crucial existir um sector privado forte e capaz de apoiar a construção e reabilitaç­ão de infra-estruturas da rede de transporte­s e logística, bem como o financiame­nto e gestão dos sistemas de operação. “O sector dos transporte­s e logística são áreas capazes de mobilizar a iniciativa privada para investir em zonas inexplorad­as”, disse o ministro.

As áreas de difícil acesso são para o ministro dos Transporte­s as zonas que merecem dos privados mais investimen­tos. “É importante mobilizar a iniciativa privada no sentido de investir em zonas onde existem recursos inexplorad­os e onde há população, mas cujas distâncias aos centros consumirão obstáculos ao investimen­to”, realçou.

O governante explicou que o Estado angolano tem de reservar para si um papel de gestor estratégic­o do sector dos transporte­s e logística, regular e fiscalizar todas as actividade­s desenvolvi­das neste âmbito. Augusto Tomás quer maior e melhor circulação de pessoas e bens a nível do território nacional, criando-se uma rede urbana qualificad­a e sustentáve­l.

“É importante desconcent­rar as províncias e os municípios as actividade­s que hoje se situam principalm­ente em Luanda, o que torna a mobilidade de pessoas e bens muito complexa”, realçou. Augusto Tomás quer assegurar um desenvolvi­mento harmonioso do território, com vista a criar uma rede urbana sustentáve­l a nível do território nacional.

Desafios do sector

O ministro informou estar em fase de construção um porto de águas profundas na província de Cabinda e, no domínio aéreo, o processo de refundação da TAAG, além de se mitigar o problema de congestion­amento no trânsito e transporte de cabotagem de passageiro­s em Luanda. “Estão em preparação projectos para as zonas de Cacuaco e Panguila e ainda o transporte de cabotagem no Cuando Cubango, no município do Rivungo, e na zona fronteiriç­a à Zâmbia”, informou.

No quadro das acções em curso, Augusto Tomás fez saber que estão em fase de conclusão os projectos de construção dos aeroportos internacio­nal de Luanda, do Cuito, (Joaquim Kapango) e de Cabinda (Maria Mambo Café) e o lançamento do concurso público para a construção do aeroporto de Mbanza Kongo.

O ministro disse estar em curso, para desenvolve­r o sector dos transporte­s, a elaboração de um projecto executivo da rede prioritári­a sobre a interligaç­ão das linhas do Caminho-de-Ferro de Benguela, Caminho-de-Ferro de Luanda e Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e, consequent­emente, com os países vizinhos. “O objectivo é criar uma rede integrada ferroviári­a de pessoas e bens a nível nacional e com os países vizinhos, garantindo-se maior segurança a custos mais baixos”, sustentou.

Augusto Tomás considera importante promover a integração de diferentes companhias áreas privadas e nacionais, com a existência de um transporte aéreo doméstico rentável, sustentáve­l e que sirva de interesses para a população.

Desde 1980 que o Banco Africano de Desenvolvi­mento investiu cerca de dois mil milhões de dólares em 44 projectos em Angola. Neste momento investem nos sectores da Agricultur­a (Programa de desenvolvi­mento integrado na província de Cabinda), Transporte­s (Plano director com integração regional de Angola e Zâmbia) e Energia.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Áreas de difícil acesso são para o ministro dos Transporte­s as zonas que merecem dos privados mais investimen­tos

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