BAD financia estudo sobre a linha férrea
Milhões de dólares vão assegurar o estudo de viabilidade ferroviário entre os dois países fronteiriços
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai disponibilizar quatro milhões de dólares para a realização de um estudo de viabilidade para o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB). Em causa está a ligação à Zâmbia, revelou ontem, em Luanda, o representante da instituição em Angola, Joseph Ribeiro. Estão previstos mais financiamentos acima dos 500 milhões de dólares com a identificação de cinco projectos prioritários no sector. A actualização do plano director do sector dos transportes vai identificar os sectores que merecem da instituição e parceiros de desenvolvimento e o financiamento favorável para a execução dos projectos.
Estado angolano tem de reservar para si um papel de gestor estratégico do sector dos transportes e logística, regular e fiscalizar todas as actividades desenvolvidas neste âmbito
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai financiar quatro milhões de dólares para a realização de um estudo de viabilidade que liga o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) à Zâmbia, revelou ontem, em Luanda, o representante da instituição em Angola, Joseph Ribeiro.
O representante do BAD, que falava à margem do seminário sobre “Actualização do plano director nacional do sector dos Transportes em Angola” que decorreu ontem, avançou estarem previstos mais financiamentos acima dos 500 milhões de dólares com a identificação de cinco projectos prioritários no sector.
“A actualização do plano director vai identificar os sectores que merecem, da nossa instituição e parceiros de desenvolvimento, financiamento favorável para a execução dos projectos”, informou Joseph Ribeiro.
O ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que procedeu à abertura do seminário, disse que, no âmbito do acordo assinado sobre a Zona de Comércio Livre, o objectivo do sector é consolidar o papel de Angola no contexto internacional e regional, tendo como base o interesse nacional.
Augusto Tomás considera crucial existir um sector privado forte e capaz de apoiar a construção e reabilitação de infra-estruturas da rede de transportes e logística, bem como o financiamento e gestão dos sistemas de operação. “O sector dos transportes e logística são áreas capazes de mobilizar a iniciativa privada para investir em zonas inexploradas”, disse o ministro.
As áreas de difícil acesso são para o ministro dos Transportes as zonas que merecem dos privados mais investimentos. “É importante mobilizar a iniciativa privada no sentido de investir em zonas onde existem recursos inexplorados e onde há população, mas cujas distâncias aos centros consumirão obstáculos ao investimento”, realçou.
O governante explicou que o Estado angolano tem de reservar para si um papel de gestor estratégico do sector dos transportes e logística, regular e fiscalizar todas as actividades desenvolvidas neste âmbito. Augusto Tomás quer maior e melhor circulação de pessoas e bens a nível do território nacional, criando-se uma rede urbana qualificada e sustentável.
“É importante desconcentrar as províncias e os municípios as actividades que hoje se situam principalmente em Luanda, o que torna a mobilidade de pessoas e bens muito complexa”, realçou. Augusto Tomás quer assegurar um desenvolvimento harmonioso do território, com vista a criar uma rede urbana sustentável a nível do território nacional.
Desafios do sector
O ministro informou estar em fase de construção um porto de águas profundas na província de Cabinda e, no domínio aéreo, o processo de refundação da TAAG, além de se mitigar o problema de congestionamento no trânsito e transporte de cabotagem de passageiros em Luanda. “Estão em preparação projectos para as zonas de Cacuaco e Panguila e ainda o transporte de cabotagem no Cuando Cubango, no município do Rivungo, e na zona fronteiriça à Zâmbia”, informou.
No quadro das acções em curso, Augusto Tomás fez saber que estão em fase de conclusão os projectos de construção dos aeroportos internacional de Luanda, do Cuito, (Joaquim Kapango) e de Cabinda (Maria Mambo Café) e o lançamento do concurso público para a construção do aeroporto de Mbanza Kongo.
O ministro disse estar em curso, para desenvolver o sector dos transportes, a elaboração de um projecto executivo da rede prioritária sobre a interligação das linhas do Caminho-de-Ferro de Benguela, Caminho-de-Ferro de Luanda e Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e, consequentemente, com os países vizinhos. “O objectivo é criar uma rede integrada ferroviária de pessoas e bens a nível nacional e com os países vizinhos, garantindo-se maior segurança a custos mais baixos”, sustentou.
Augusto Tomás considera importante promover a integração de diferentes companhias áreas privadas e nacionais, com a existência de um transporte aéreo doméstico rentável, sustentável e que sirva de interesses para a população.
Desde 1980 que o Banco Africano de Desenvolvimento investiu cerca de dois mil milhões de dólares em 44 projectos em Angola. Neste momento investem nos sectores da Agricultura (Programa de desenvolvimento integrado na província de Cabinda), Transportes (Plano director com integração regional de Angola e Zâmbia) e Energia.