CARTAS DOS LEITORES
As crianças e as ruas
Há crianças com menos de dez anos que vão à escola sozinhas e que depois sentem dificuldade para atravessar as ruas. Penso que os encarregados de educação ou pessoas por si indicadas deviam acompanhar essas crianças até à escola e no regresso desta. Já vi crianças aflitas para atravessarem as ruas. Nem todos os automobilistas têm sensibilidade para perceber que devem fazer alguma coisa para não dificultar essas crianças.
É que há ruas da nossa cidade sem passadeiras. Aconselho entretanto os pais de crianças que têm de atravessar as ruas sem passadeiras a acompanhá-las.
Os serviços hospitalares
Os cidadãos desejam sempre que os serviços públicos prestados por diversos sectores do Estado funcionem, em particular na área da Saúde. Sabe-se que hoje há uma grande procura de serviços hospitalares, em virtude das muitas doenças que afligem as populações. Era bom que os hospitais tivessem capacidade para atender a um grande número de pessoas que acorrem aos estabelecimentos de assistência médica e medicamentosa.
É preciso que se faça um esforço enorme ao nível do sector da Saúde para que os doentes sejam bem atendidos nos hospitais. Fala-se muito em humanização dos serviços hospitalares, mas sem condições para os médicos e enfermeiros trabalharem não é possível assistir convenientemente os doentes.
Penso que é preciso que se preste muito atenção aos hospitais que estão nos municípios, onde vive um grande número de habitantes. As entidades competentes devem preocupar-se em saber da realidade dos nossos municípios para actuar com maior eficiência. É imperioso que se saiba das necessidades dos habitantes dos diferentes municípais, para se poder tomar as medidas necessárias.
Os que dirigem os municípios devem habituarse a percorrê-los e a conversar com os munícipes para terem um conhecimento profundo do que se passa nas áreas das circunscrições que dirigem, a fim de poderem passar informações a outras entidades que têm de prestar serviços públicos às populações.
Os médicos e enfermeiros devem ser valorizados. Eles têm a missão de salvar vidas humanas , pelo que o Estado deve investir mais no sector da Saúde. As populações merecem um melhor tratamento nos hospitais. Para tal é também necessário que os médicos e enfermeiros sejam bem tratados.
O heroísmo de um polícia
Sou angolano e acompanho muitos acontecimentos que ocorrem no mundo, que é hoje marcado por muitos problemas, entre os quais figura o terrorismo. Gostava de enaltecer nesta carta a coragem e o heroísmo do polícia francês que enfrentou o terrorista que no Sudoeste da França causou recentemente a morte de quatro pessoas. Ele, ao ficar no lugar de uma pessoa feita refém pelo terrorista sabia que podia morrer. Mas não hesitou para cumprir um dos mais nobres deveres de um policia, que é garantir a segurança dos cidadãos. Nunca me esquecerei do acto de heroísmo do tenente-coronel francês Arnaud Bekltrame. Quando soube do acto de heroísmo deste policia francês não pude conter as lágrimas. Admiro todos os que dão à vida para salvar outras vidas.
Aproveito este espaço para destacar a luta que as polícias e exércitos de todo o mundo fazem para combater o terrorismo, que em África está a atrasar o nosso desenvolvimento. O terrorismo só cria desordem e o caos.
Os terroristas vivem do caos para desestabilizar países que estão a caminhar para a consolidação das democracias e para criar condições que proporcionem estabilidade no continente africano. Os Estados africanos devem ser intransigentes na luta contra o terrorismo. Temos de acreditar que é possível vencer esta luta contra o terrorismo. Não devemos desistir de lutar contra individuos que querem transformar a África num campo de batalha permanente com mortes muito sofrimento.