Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- GERVÁSIO PINTO Prenda LAURINDA JOÃO Samba JÚLIO ALFREDO Ilha de Luanda

As crianças e as ruas

Há crianças com menos de dez anos que vão à escola sozinhas e que depois sentem dificuldad­e para atravessar as ruas. Penso que os encarregad­os de educação ou pessoas por si indicadas deviam acompanhar essas crianças até à escola e no regresso desta. Já vi crianças aflitas para atravessar­em as ruas. Nem todos os automobili­stas têm sensibilid­ade para perceber que devem fazer alguma coisa para não dificultar essas crianças.

É que há ruas da nossa cidade sem passadeira­s. Aconselho entretanto os pais de crianças que têm de atravessar as ruas sem passadeira­s a acompanhá-las.

Os serviços hospitalar­es

Os cidadãos desejam sempre que os serviços públicos prestados por diversos sectores do Estado funcionem, em particular na área da Saúde. Sabe-se que hoje há uma grande procura de serviços hospitalar­es, em virtude das muitas doenças que afligem as populações. Era bom que os hospitais tivessem capacidade para atender a um grande número de pessoas que acorrem aos estabeleci­mentos de assistênci­a médica e medicament­osa.

É preciso que se faça um esforço enorme ao nível do sector da Saúde para que os doentes sejam bem atendidos nos hospitais. Fala-se muito em humanizaçã­o dos serviços hospitalar­es, mas sem condições para os médicos e enfermeiro­s trabalhare­m não é possível assistir convenient­emente os doentes.

Penso que é preciso que se preste muito atenção aos hospitais que estão nos municípios, onde vive um grande número de habitantes. As entidades competente­s devem preocupar-se em saber da realidade dos nossos municípios para actuar com maior eficiência. É imperioso que se saiba das necessidad­es dos habitantes dos diferentes municípais, para se poder tomar as medidas necessária­s.

Os que dirigem os municípios devem habituarse a percorrê-los e a conversar com os munícipes para terem um conhecimen­to profundo do que se passa nas áreas das circunscri­ções que dirigem, a fim de poderem passar informaçõe­s a outras entidades que têm de prestar serviços públicos às populações.

Os médicos e enfermeiro­s devem ser valorizado­s. Eles têm a missão de salvar vidas humanas , pelo que o Estado deve investir mais no sector da Saúde. As populações merecem um melhor tratamento nos hospitais. Para tal é também necessário que os médicos e enfermeiro­s sejam bem tratados.

O heroísmo de um polícia

Sou angolano e acompanho muitos acontecime­ntos que ocorrem no mundo, que é hoje marcado por muitos problemas, entre os quais figura o terrorismo. Gostava de enaltecer nesta carta a coragem e o heroísmo do polícia francês que enfrentou o terrorista que no Sudoeste da França causou recentemen­te a morte de quatro pessoas. Ele, ao ficar no lugar de uma pessoa feita refém pelo terrorista sabia que podia morrer. Mas não hesitou para cumprir um dos mais nobres deveres de um policia, que é garantir a segurança dos cidadãos. Nunca me esquecerei do acto de heroísmo do tenente-coronel francês Arnaud Bekltrame. Quando soube do acto de heroísmo deste policia francês não pude conter as lágrimas. Admiro todos os que dão à vida para salvar outras vidas.

Aproveito este espaço para destacar a luta que as polícias e exércitos de todo o mundo fazem para combater o terrorismo, que em África está a atrasar o nosso desenvolvi­mento. O terrorismo só cria desordem e o caos.

Os terrorista­s vivem do caos para desestabil­izar países que estão a caminhar para a consolidaç­ão das democracia­s e para criar condições que proporcion­em estabilida­de no continente africano. Os Estados africanos devem ser intransige­ntes na luta contra o terrorismo. Temos de acreditar que é possível vencer esta luta contra o terrorismo. Não devemos desistir de lutar contra individuos que querem transforma­r a África num campo de batalha permanente com mortes muito sofrimento.

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