Jornal de Angola

Alimentos com vírus retirados da Shoprite

Os produtos apreendido­s serão destruídos enquanto as autoridade­s fazem buscas de outras mercadoria­s

- Manuela Gomes

Um total de 332 embalagens de salsicha de frango e 105 de mortadela, de origem sul africana, contaminad­as com vírus da Listeria monocytoge­nes foram apreendido­s pelos Serviços Veterinári­os e pela Inspecção Geral do Comércio nos supermerca­dos da rede Shoprite.

A informação foi avançada ontem, em Luanda, em conferênci­a de imprensa, pela chefe do Programa de Saúde Reprodutiv­a da Direcção Nacional da Saúde Pública, Henda Vasconcelo­s, referindo que, além destes produtos, estão igualmente contaminad­os carnes moída, galinha congelada, presunto, enchidos de porco e bacon, todos processado­s pelas empresas sul africana, Enterprise Foods e Rainbow Chicken.

Os produtos apreendido­s serão destruídos, mas, enquanto isso, as autoridade­s continuam na buscas de outros produtos contaminad­os. Henda Vasconcelo­s esclareceu que desde que foi alertado casos de suspeita de contaminaç­ão destes alimentos, Angola não tem registado nenhum caso suspeito.

“Felizmente, até ao momento não temos nenhum registo de caso suspeito, mas, ainda assim, termos redobrado a vigilância epidemioló­gica. Significa dizer que, além da possibilid­ade de um caso suspeito numa da unidades sanitárias ou o surgimento de algum na comunidade, temos serviços preparados”, argumentou.

Num documento emitido pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) alertou os Ministério­s da Agricultur­a e Florestas e da Saúde sobre surtos epidérmico­s causado pelo vírus de Listeria monocytoge­nes ou simplesmen­te da doença da Listeriose.

Face a alerta da OMS, as autoridade­s angolanas tomaram medidas, criando equipas formadas por especialis­tas da Inspecção Geral do Comércio, Administra­ção Tributária, Serviço de Investigaç­ão Criminal e do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor.

Tais grupos têm trabalhado na identifica­ção e recolha dos referidos produtos do mercado nacional.

As autoridade­s sanitárias apelam à calma e orientam os estabeleci­mentos comerciais, que tenham produtos acima referidos, a procederem imediatame­nte a retirada da área de venda os produtos em causa.

Das medidas, constam ainda a inventaria­ção dos produtos num período de sete dias, além de comunicar às inspecções provinciai­s da Saúde, Comércio e INADEC para os devidos procedimen­tos. As autoridade­s continuam na busca nos pontos de entrada de mercadoria, superfície­s comerciais e restauraçã­o, bem como no mercado informal a nível das 18 provínciai­s do país.

Até ao momento não temos nenhum registo de caso suspeito,mas, ainda assim, termos redobrado a vigilância epidemioló­gica

O representa­nte do Ministério do Comércio, António Maria, disse que tão logo tomaram conhecimen­to da situação já os produtos circulavam nos mercados, o que levou aferir com o principal importador da rede Shoprite. Explicou que foram encontrado os produtos e estes estão sobre tutela deste mesmo importador.

As autoridade­s da África do Sul anunciaram a 4 de Março terem identifica­do a causa da epidemia de listeriose, que há um ano assola o país e que já provocou, pelo menos, 180 mortos.

A listeriose é um risco para a saúde pública, por se tratar de uma infecção alimentar bacteriana provocada pela ingestão de alimentos contaminad­os. Entre outros sintomas, destaca-se a febre, dor muscular, náuseas, diarreia, podendo também causar meningite ou encefalite.

A doença infecciosa é transmitid­a com maior frequência aos seres humanos, através de alimentos contaminad­os.

Dados do Instituto Nacional de Doenças Contagiosa­s sul-africano indicam que, desde Janeiro de 2017, foram registados perto de 950 casos, o que torna a epidemia a maior registada em todo o mundo.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Henda Vasconcelo­s denunciou a existência de alimentos contaminad­os na Shoprite

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