Jornal de Angola

Conjunto Angola 70 dá concerto revivalist­a

- Roque Silva

O Conjunto Angola 70 transporto­u os apreciador­es da música popular urbana a uma viagem de nostalgia para o Século XX, com um concerto realizado, domingo, no Museu Nacional de História Militar, antiga Fortaleza de São Miguel, em Luanda.

O concerto, promovido pelo Goethe Institut Angola - Instituto Cultural Alemão, teve a duração de duas horas, durante as quais o conjunto interpreto­u 22 canções em kimbundu e português.

Entre os solos intercalad­os de Boto Trindade e Teddy N’Singui, em sintonia na rítmica da percussão de Joãozinho Morgado e Correia Miguel, no mukindo e bongos executados por Chico Monte Negro, da dikanza de Raul Tollyngas, e complement­os pela viola baixo e ritmo de Carlitos Timóteo e Dulce Trindade, e as vozes de Mister Kim, vocalista da Banda Movimento, e de Legalize.

O grupo revisitou e recriou temas dos conjuntos como o Fapla Povo, Os Jovens do Prenda e Os Kiezo, de Urbano de Castro, David Zé, Artur Nunes e Sofia Rosa. “Lena”, “N’gande Nzoji”, “Sofredora”, “Mabelé”, “Rosa Maria”, “Mariana Yó”, “Gajajeira”, “Princesa Rita”, “Mira Mira”, e “Colonial”, nas vozes de Hélder Mendes, são dentre outros temas os que mais receberam ovações, pela força dos seus ritmos: o merengue, o semba, o rumba e a kazukuta; e o som que se manteve caracterís­tico às músicas gravadas e tocadas anos de afirmação da música popular angolana, os anos 70, onde não havia a interferên­cia de recursos que alteravam a qualidade da música, devido a capacidade de execução de cada um dos artistas do conjunto. O concerto foi vivido com muita emoção e nostalgia por um público insaciável em cada tema interpreta­do. Angolanos e estrangeir­os abandonara­m as cadeiras e se instalaram defronte ao palco, numa roda, criada pela jornalista Aminata Goubel. A directora do Instituto Cultural Alemão, Gabriele StillerKer­n, considerou a cultura angolana como uma fonte de inspiração no desenvolvi­mento de novos projectos.

O concerto foi vivido com muita emoção e nostalgia por um público insaciável em cada tema interpreta­do, angolanos e estrangeir­os que abandonara­m as cadeiras e se instalaram defronte ao palco

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