Em cada 100 dólares 55 são para as dívidas
Angola é o país do mundo com o maior pagamento de dívida em relação às receitas, ultrapassando a fasquia dos 55 por cento, o que significa que, por cada 100 dólares de receitas fiscais, 55 são para pagar a dívida, revela a unidade de análise económica do Bank of América Merryl Lynch. De acordo com os cálculos, baseados em números do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Angola é, dos 20 países elencados, aquele onde o peso da dívida mais se faz sentir no orçamento, levando 55,4 por cento de todas as receitas fiscais que entram nos cofres do Estado. Dos 126 países considerados no estudo,o Líbano surge na segunda posição.
A unidade de análise económica do Bank of America Merryl Lynch considerou quarta-feira que Angola é o país do mundo com o maior pagamento de dívida em relação às receitas, ultrapassando a fasquia dos 55 por cento, o que significa que, por cada 100 dólares de receitas fiscais, 55 são para pagar a dívida.
De acordo com os cálculos, baseados em números do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Angola é, dos 20 países elencados, aquele onde o peso da dívida mais se faz sentir no orçamento, levando 55,4 por cento de todas as receitas fiscais que entram nos cofres do Estado.
O segundo país onde a dívida é maior face às receitas, dos 126 considerados pelo Comité, é o Líbano, com 44,1 por cento, numa lista cujo pódio fica completo com o Gana, com 42,4 por cento, e onde Moçambique aparece no 13º lugar, com 21,7 por cento das receitas a serem canalizadas para o pagamento das dívidas, que não incluem aqui a chamada “dívida oculta”, uma vez que não foram feitos pagamentos no ano passado.
Angola já anunciou que tenciona renegociar a dívida com os credores e garante que não vai falhar no pagamento. Ainda assim, Angola, Ghana e Zâmbia estão entre os países africanos emissores de dívida mais vulneráveis, em caso de depreciação das suas moedas, uma semana depois do Comité para o Jubileu da Dívida ter considerado que Angola é o país do mundo com o maior pagamento de dívida face às receitas.
Angola, Ghana e Zâmbia estão entre os países mais vulneráveis, a cenários de problemas com a dívida que incorporam uma depreciação de 20 por cento nas moedas nacionais, por causa dos níveis de dívida e das elevadas necessidades de financiamento externo, escrevem os analistas da instituição financeira norte-americana.
“A probabilidade geral de dívida problemática permanece baixa”, já que os níveis gerais do rácio da dívida face ao Produto Interno Bruto permanecem “baixos”, face aos níveis de meados dos anos 2000, quando as grandes reestruturações de dívida tiveram de ser feitas, escreveu o analista Rukayat Yusuf numa nota aos clientes. “O crescimento das emissões de dívida em moeda estrangeira (os denominados “Eurobonds”) desde o ano passado aumentou as preocupações com a sustentabilidade da dívida na África subsariana”, acrescenta o analista.
O aumento da dívida pública nos países dependentes de exportações de matériasprimas, nomeadamente em África, tem sido um tema recorrente nos últimos meses, já que o endividamento foi, de uma forma geral, a resposta encontrada para responder à queda dos preços das matérias-primas e ao consequente desequilíbrio orçamental e desvalorização das moedas frente ao dólar.