Duzentos bens passam a património nacional
Os actores e encenadores dos grupos teatrais na província do Cuanza-Norte estão preocupados com o comportamento anti-social por parte de alguns citadinos, por vandalizarem bens públicos, mau uso da Internet, consumo de drogas e bebidas alcoólicas, abuso sexual e prostituição, roubo e violência doméstica.
Os responsáveis dos grupos Viluzia e Kufikissa disseram ao Jornal de Angola que as cenas levadas ao palco reflectem essa triste realidade, razão pela qual afirmam que as peças são de intervenção social, para despertar à sociedade a necessidade de mudança de comportamento. Leonardo Antunes, do grupo Viluzia, referiu, por outro lado, que a falta de salas de espectáculos tem sido o “calcanhar de Aquiles”, dificultando que as peças sejam apresentadas de forma cativante para os espectadores. O director e encenador considerou notável a presença do público nos poucos espectáculos em salas improvisadas, o que falta, no seu entender, é o apoio de empresários.
O representante do grupo Kufikissa, Tegilson Domingos Francisco, disse ser objectivo do grupo divulgar temas sobre preservação e conservação do património público. Na sua opinião, vários grupos não representam por falta de incentivos que se prende com as infra-estruturas inexistentes e pouca abertura nas poucas salas existentes.
A directora do gabinete provincial da Cultura, Turismo e Juventude e Desportos, Alexandrina Raquel Garrido da Cunha, disse que a apresentação de peças a céu aberto teve como objectivo comemorar o Dia Mundial do Teatro, incentivar as pessoas para aderirem aos espectáculos, pois existe quem encare, ainda, o teatro como tabu e perda de tempo.
“Com a realização deste espectáculo no largo Primeiro de Maio, notámos que a população gosta de teatro, falta maior promoção, apoios financeiros e algumas salas”.