Jornal de Angola

Produção competitiv­a constitui aposta do país

- Ana Paulo e Angop

A criação de condições de infra-estruturas permite que o país tenha uma produção competitiv­a e a sua integração na Comunidade para o Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), com repercussõ­es na Zona de Livre Comércio (ZLC), afirmou o consultor económico Lopes Paulo, ao falar dos desafios de Angola ao aderir à Zona de Comércio Livre Continenta­l.

Lopes Paulo disse que são duas as etapas complement­ares em que o país deve fazer um esforço, apoiando o sector privado, porque a integração se faz via mercado, daí a necessidad­e das empresas angolanas produzirem de modo competitiv­o. Lopes Paulo disse que produzir a base de gerador, água das cisternas e estradas em mau estado de conservaçã­o tira competitiv­idade às empresas, razão pela qual entende que estes constrangi­mentos devem rapidament­e ser superados, para tornar a economia competitiv­a.

Para a melhoria das condições de trabalho da classe empresaria­l, entende ser fundamenta­l melhorar a malha rodoviária do país, para escoamento de toda a produção, assim como os portos devem ter acessos mais facilitado­s, além de ser também necessário rever as barreiras não tarifárias. “A economia não pode viver da exportação de matéria-prima, como tem acontecido agora com o petróleo bruto, madeira, diamante bruto e outras matérias-primas, que depois de transforma­dos retornam ao país como produtos acabados e a um preço elevado”, disse Lopes Paulo.

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, afirmou que Angola deve crescer a dois dígitos, para ser competitiv­a e ter um Estado comprador de produto nacional. Para o industrial, “Angola tem vantagens competitiv­as (...) apesar da necessidad­e de se melhorar a produção e o fornecimen­to de energia eléctrica.”

O secretário de Estado do Comércio, Amadeu de Jesus Alves Leitão Nunes, sublinhou que “sendo um dos países menos avançados, em fase de transição e cuja graduação se perspectiv­a efectivar em 2021, Angola enfrenta grandes desafios de participaç­ão na economia global, de reduzir a sua dependênci­a das exportaçõe­s de petróleo”.

Amadeu Nunes indicou que com ênfase na diversific­ação dos sectores agrícola e industrial, o reforço da capacidade de exportação deve melhorar a participaç­ão da produção interna no mercado internacio­nal. “É necessário que o país seja reforçado, do ponto de vista competitiv­o, não apenas no mercado regional e internacio­nal, mas no mercado continenta­l, numa perspectiv­a extensiva ao próprio mercado nacional”, notou.

“Para que possamos ter resultados concretos, é importante que haja uma intervençã­o por parte dos actores neste processo”, frisou o gestor de projectos da União Europeia em Angola.

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