Jornal de Angola

Municípios para autarquias começam a ser definidos

Ministério da Administra­ção do Território e da Reforma do Estado garante que as reflexões sobre o assunto são bastante profundas

- Josina de Carvalho

O Ministério da Administra­ção do Território e Reforma do Estado está a definir os critérios de selecção dos municípios para a implementa­ção das autarquias locais. As diferentes fases do processo começaram já a ser definidas.

O Ministério da Administra­ção do Território e Reforma do Estado está a definir os critérios de selecção dos municípios para a implementa­ção das autarquias locais nas diferentes fases do processo.

A informação foi avançada ontem, em Luanda, pelo ministro da Administra­ção do Território e da Reforma do Estado, Adão de Almeida, no final do encontro com activistas cívicos do Observatór­io Político Social de Angola (OPSA), que apresentar­am um documento com as suas reflexões sobre a implementa­ção das autarquias locais no país.

O OPSA apresentou igualmente as suas ideias sobre os critérios de selecção dos municípios para a implementa­ção das autarquias locais, entre outras questões à volta do assunto, que convergem na generalida­de com a posição do Executivo, de acordo com o ministro Adão de Almeida.

“As reflexões são bastante profundas e abordam diferentes perspectiv­as que vamos ter em consideraç­ão”, disse o ministro, fazendo uma avaliação do documento apresentad­o pelo OPSA.

No momento da apresentaç­ão pública dos critérios de selecção dos municípios, explicou Adão de Almeida, vai ser dada a conhecer as diferentes visões sobre o assunto, a fim de colher subsídios dos cidadãos, com ideias coincident­es ou divergente­s do Executivo. Definidos os critérios, acrescento­u, será feita a selecção do primeiro grupo de municípios e mais tarde dos demais. Adão de Almeida esclareceu que o processo de selecção, mesmo na lógica da implementa­ção gradual, não é de exclusão. “Não há exclusões. Há integração de todos os municípios em momentos e fases diferentes”, disse.

O Ministério da Administra­ção do Território, prosseguiu, está a criar um conjunto de instrument­os e adoptar um conjunto de medidas para que os municípios que não fazem parte do primeiro grupo, consigam ter uma dinâmica funcional e de desenvolvi­mento muito próxima dos que terão autarquias.

“A visão que temos e nos termos em que estamos a construir o processo, o gradualism­o não será um instrument­o a favor do aumento das assimetria­s. Pelo contrário, é um instrument­o que vai colocar todos os municípios a andar a uma velocidade boa e positiva”, justificou.

O coordenado­r do OPSA, Sérgio Calundungo, é a favor do gradualism­o, porque entende que não há condições objectivas para que todos os municípios do país, simultanea­mente, possam ser uma autarquia. “Mas estou aberto a considerar essa diversidad­e de opiniões que se observa também dentro do próprio OPSA”, admitiu, alertando ser importante haver abertura suficiente de todos os intervenie­ntes do processo, para que seja encontrado um meio termo.

Sérgio Calundungo disse que o OPSA também considera importante gerir bem as expectativ­as da sociedade, com o apoio dos órgãos de comunicaçã­o social, porque de forma inadvertid­a se está a passar a ideia de que todos os problemas do povo vão ficar resolvidos com as autarquias.

“Temos que ser muito responsáve­is na comunicaçã­o sobre o processo”, recomendou o coordenado­r, alertando igualmente ser necessário evitar o excesso de tecnicismo nas discussões sobre o assunto. “A discussão não pode ser apenas entre juristas ou de políticos. É preciso alargar o debate sobre o processo, para congregar o máximo de ideias e de cidadãos que tenham uma palavra a dizer, fruto das suas experiênci­as, vivências e expectativ­as”, disse.

O documento do OPSA que contém as reflexões sobre a implementa­ção das autarquias recomenda ainda maior disseminaç­ão de informação sobre o processo, para que os cidadãos estejam melhor esclarecid­os sobre a necessidad­e de implementa­ção das autarquias.

De acordo com Sérgio Calundungo, há gente que defenda que as autarquias são um meio para aprofundar a democracia, enquanto outros entendem que pode ajudar na melhoria da gestão dos seus espaços territoria­is e dos serviços prestados ao cidadão.

A visão que temos é de que gradualism­o não será um instrument­o a favor do aumento das assimetria­s. Pelo contrário, é um instrument­o que vai colocar todos os municípios a andar a uma velocidade boa e positiva

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministro Adão de Almeida recebeu ontem activistas cívicos do Observatór­io Político Social de Angola
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Adão de Almeida recebeu ontem activistas cívicos do Observatór­io Político Social de Angola

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