Jornal de Angola

Sindicato desconhece a lei e PGR fala em contribuiç­ão

Secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Justiça está satisfeito com o empenho da PGR para a aprovação das leis

- Adelina Inácio

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Funcionári­os Administra­tivos da Procurador­ia Geral da República (SINTEJA/PGR), Elias Pinto, afirmou que aguarda pela aprovação do estatuto remunerató­rio, após à aprovação, pelo Executivo, do regime especial de carreiras dos técnicos de Justiça da PGR e o regime de transição dos funcionári­os da carreira geral para carreira especial.

Elias Pinto explicou contudo que os últimos “acertos” feitos aos diplomas pela Procurador­ia Geral da República não contaram com o contributo do sindicato, mesmo tendo indicado três membros da organizaçã­o para integrar o grupo.

“Estamos à espera que aquilo venha tal e qual fizemos, porque nós temos as cópias anteriores. Caso não venha em conformida­de com as exigências, o sindicato ainda vai ter uma palavra a dizer”, garantiu.

O secretário-geral do SINTEJA/PGR esclareceu que o sindicato participou na elaboração do principal documento, mas “já nos últimos arranjos, depois de ter sido devolvido ao Ministério da Justiça , o sindicato já não foi tido nem achado”.

Elias Pinto afirmou que foram aprovados apenas dois diplomas, dos três que estavam previstos, faltando o estatuto remunerató­rio. “Depois da aprovação destes diplomas, vamos esperar que a direcção da PGR trabalhe, de forma célere, no sentido de devolver aquilo que muitas vezes foi negado aos funcionári­os”, salientou. Apesar de não ver satisfeita­s todas as reivindica­ções do sindicato, Elias Pinto disse estar satisfeito pelo empenho e dedicação da Procurador­ia para a aprovação do pacote legislativ­o, embora seja fruto de muita insistênci­a do sindicato e até de greves.

“Os filiados estão satisfeito­s”, disse o responsáve­l do sindicato da PGR.

Elias Pinto referiu que os sindicatos vão aguardar pela entrega dos diplomas para analisarem e reflectir se o conteúdo correspond­e aos anseios dos funcionári­os da PGR. “O que falta é o regime remunerató­rio, porque sabemos que o país está em bancarrota. Obviamente, não vamos obrigar que eles façam já, porque sabem que é obrigação deles. Se já aprovaram os dois diplomas, da transição e da reconversã­o, obviamente, também poderão aprovar o regime remunerató­rio”, sublinhou o sindicalis­ta.

O secretário-geral do sindicato propõe que o estatuto remunerató­rio seja aprovado e, com outros diplomas, seja implementa­do até Junho deste ano.

Elias Pinto lamentou o facto de a PGR estar a fazer descontos salariais aos sindicalis­tas que aderiram à greve. “Lamentamos os des- contos que estamos a sofrer, mesmo sabendo que a nossa greve era legal”, disse.

O sindicalis­ta adiantou que foram nove dias de greve e estão a ser descontado­s quase metade dos salários dos funcionári­os. “Há pessoas a perder 30 mil kwanzas, há quem está a perder 100 mil kwanzas. Se não tivessem aprovado os diplomas faríamos uma nova paralisaçã­o”, salientou.

No princípio do ano, os funcionári­os da PGR fizeram uma greve de nove dias, exigindo a aprovação do Regime Jurídico Especial de Carreiras dos Técnicos de Justiça da PGR e as Regras de Transição para o novo Regime Jurídico, bem como o respectivo regime remunerató­rio. Reivindica­vam ainda a melhoria das condições de trabalho.

Na altura, a direcção da PGR considerou a greve “contraprod­ucente, irrazoável e de má-fé”, e entendia que a mesma era ilegal.

No dia 23 de Março, o Conselho de Ministros apreciou o regime especial de carreiras e as regras de promoção, diplomas que visam o reajuste das carreiras do regime vigente.

O Vice-Procurador-Geral da República, Mota Liz, sublinhou que o passo dado pelo Executivo vai “devolver a dignidade, justiça e equidade aos funcionári­os e técnicos da PGR”.

O pacote legislativ­o, disse, faz justiça face aos desequilíb­rios de tratamento do vínculo laboral dos funcionári­os, bem como às diferenças estabeleci­das que criaram situações de injustiça.

Os diplomas, segundo o magistrado, foram elaborados numa perspectiv­a de concertaçã­o com representa­ntes dos trabalhado­res.

O secretário-geral do Sindicato propõe que o estatuto remunerató­rio seja aprovado e, com outros diplomas, seja implementa­do até Junho deste ano

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Direcção da PGR garante que o pacote legislativ­o recebeu contribuiç­ões dos trabalhado­res

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