O “baptismo afectivo” do nosso primeiro dia, lembras-te amor ?
Olá, amor, escrevo algumas linhas para te dizer que te amo e que nunca me vou esquecer do dia em que nos conhecemos. Sabes que sou fã do teu sorriso. A expressão do teu rosto é mágica quando demonstras felicidade. Conheci-te num dia lindo. Vestias calças vermelha, bem justas e uma blusa branca.
Os saltos altos que calçavas quase que partiam o velho mosaico nos degraus do prédio onde te conheci. Lembras-te daquele edifício, amor?
Parecias uma Miss a subir para desfilar na passerelle. Não conseguia-me segurar. Não parava de olhar para ti. Mexias com a minha estrutura corporal. Naquele momento disse para mim mesmo “essa miúda é do meu número”.
Que saudades do Mário. Foi ele quem me disse o teu nome. Mas não me quis dar o teu número. Um dia, pedi-lhe o telemóvel para fazer uma chamada. Vasculhei o telefone dele até encontrar o teu número. Foi a partir do meu telemóvel que te enviei aquela mensagem que mexeu com os teus cabelos longos e lisos.
Dizes até hoje que aquelas palavras te deixaram assustada. Número desconhecido e admirador secreto? Antes de provocar o teu coração, que há muito se encontrava em repouso, ficaste alguns anos sozinha. Não querias saber de homem algum. Lembras-te, amor?
Ligaste imediatamente para mim. Parecias chateada. Querias saber quem era o homem que te enviou aquela belíssima mensagem. Fiquei sem jeito, sem acção. Estava ali parado a ouvir-te falar. Tens uma rica voz, pensei.
Identifiquei-me. Disse-te onde trabalhava. Soltaste uma risada daquelas. Mas, deu para sentir que me conhecias de algum lugar. Passaram dois dias e eu não dizia mais nada. Não sabia o que escrever, dizer, até você aparecer de rompante no meu gabinete. Eram 11 horas quando fizeste-me aquela agradável surpresa. Chovia muito naquele dia. Hoje te confesso que, quando entraste, senti vontades múltiplas. Precisava ir a casa de banho, antes de te ouvir falar.
Recebi-te com dois beijos no rosto. A tua pele é macia demais. Convidei-te a sentar-se. Entraste com atitude. Mas depois ficaste tímida. Olhavas de forma profunda para o interior dos meus olhos. Tive de esfregá-los. Senti picadelas provocada pela intensidade do teu olhar. Não dei bandeira.
Percebi que estavas apaixonada por mim. Aproveitei a ocasião para te encher de elogios. Naquele instante ficou fácil falar dos teus atributos corpóreos. Estavam bem definidos no traje africano que colocaste para me seduzir. Lembras-te, amor? Não paravas de sorrir. Queria beijarte ali mesmo. Você não permitiu.
Convidaste-me a conhecer os teus pais. Não hesitei. Fui para lá num domingo. Na hora do jantar. Fiquei encantado com eles. São extremamente educados. Gostei muito dos teus irmãos. Super-simpáticos.
Conversamos muito naquela noite. Ficamos só os dois sentados ali na varanda. Falei-te mais sobre mim. Contei-te as minhas aventuras amorosas. Abri o meu coração pra ti. Interrompesteme. Seguraste a minha mão e fizeste aquele olhar de mulher apaixonada. Parei de falar. Tentei arrancar-te um beijo. Esquivaste a tua boca da minha.
Abanaste a cabeça para dizer que não estávamos no local certo. Saímos desesperados da tua casa. Estávamos ansiosos. Só queríamos mesmo trocar as salivas, para pararmos de sonhar. Estávamos loucos. Apaixonados.
Naquela noite, acompanhaste-me até ao fundo da rua. Estava escuro. Puxei-te contra o meu peito. Sou bem mais alto que tu. Olhava-te de cima para baixo. Levantaste a cabeça. Estávamos felizes. Abraçamo-nos para nos despedirmos. No dia seguinte, às 9h00, fui ao teu local de trabalho para celebrarmos o “baptismo afectivo” do nosso primeiro dia. Lembras-te, amor?
Conversamos muito naquela noite. Ficamos só os dois sentados ali na varanda. Falei-te mais sobre mim. Contei-te as minhas aventuras amorosas. Abri o meu coração pra ti. Interrompeste-me. Seguraste a minha mão e fizeste aquele olhar de mulher apaixonada. Parei de falar. Tentei arrancar-te um beijo. Esquivaste a tua boca da minha