Jornal de Angola

Jornalista­s têm mais independên­cia editorial

- Faustino Henrique

Com a chegada ao poder do Presidente João Lourenço estão a ser dados alguns passos encorajado­res relativame­nte à independên­cia dos profission­ais ao nível da media pública, afirmou o jornalista Reginaldo Silva. “Há ainda um longo caminho a percorrer”, disse o jornalista, que defendeu a necessidad­e dos poderes públicos ganharem consciênci­a de que se hoje estão no poder, amanhã poderão estar na oposição.

Por essa razão, acrescento­u, é recomendáv­el que os poderes públicos fossem os primeiros a viabilizar o funcioname­nto da comunicaçã­o social pública em padrões que servissem a República, a Democracia e o Estado de Direito.

Falando durante uma palestra promovida pelo Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), na União dos Escritores Angolanos, em alusão ao aniversári­o do SJA, o profission­al disse que dentro das limitações e condiciona­lismos existentes é possível fazer um jornalismo comprometi­do com a verdade, isenção, objectivid­ade e contraditó­rio.

O mais importante, salientou, é evitar sempre a mentira, a manipulaçã­o e outras práticas contrárias ao jornalismo.Reginaldo Silva defendeu

o surgimento de empresas de comunicaçã­o social geridas e dominadas por jornalista­s, por iniciativa própria ou associado em cooperativ­as, como modelo para assegurar a independên­cia e a condição social do jornalista.

Aquele profission­al disse que o Estado sempre dominou a comunicaçã­o social em Angola.

Subordinad­o ao lema “Independên­cia e a condição social do jornalista”, o antigo correspond­ente da BBC em Angola exemplific­ou que hoje mais de 75 por cento dos jornalista­s trabalham para os órgãos públicos. E nesta condição, frisou, a maioria experiment­a demasiadas limitações e condiciona­lismos no exercício da actividade.

No passado recente, lembrou, os profission­ais de comunicaçã­o social já tinham ensaiado passos encorajado­res com a criação de iniciativa­s editoriais pessoais e de grupo que, na sua visão, deve ser resgatado. Para o jornalista Felisberto da Costa “Kajibangal­a”, “a classe deve ser cientifica­mente abalizada e com um salário digno”, referindo que os jornalista­s não têm as mesmas condições sociais se comparados com outras profissões.

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