Jornal de Angola

Fuga à obrigação preocupa as autoridade­s tributária­s

- André dos Anjos

Mais de 60 por cento dos automobili­stas não pagou em 2017 a taxa de circulação referente ao ano anterior, com reflexos negativos no volume de receitas arrecadado­s pelo Estado por via deste imposto.

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) que previa arrecadar em 2017 mais de quatro mil milhões de kwanzas com a cobrança da taxa de circulação referente a 2016 encaixou apenas pouco mais de mil milhões.

De acordo com a AGT, a situação repete-se de ano para ano, com as receitas a ficarem, invariavel­mente, abaixo das previsões. Em 2016, as receitas resultante­s do pagamento da taxa de circulação de 2015 ficaram abaixo de dois mil milhões de kwanzas, contra os 5,3 mil milhões de kwanzas inicialmen­te perspectiv­ados.

Segundo apurou o Jornal de Angola, a maior parte dos automobili­stas que se recusa a pagar a taxa de circulação alega o mau estado das estradas do país, que encurta o tempo de vida dos amortecedo­res, molas e outros componente­s das viaturas.

Como acontece habitualme­nte, este ano a taxa de circulação para veículos automóveis, relativa a 2017 começou a ser paga em Janeiro, mas com uma novidade: um aumento de cerca de 23 por cento em relação ao valor praticado no ano anterior.

De acordo com um decreto executivo assinado pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, de 27 de Novembro, na actual tabela, a taxa varia entre 1.850 e 15.350 kwanzas, para viaturas pesadas do Tipo 2, de mais de 10 toneladas. Nos últimos nove anos o valor mais baixo pago correspond­eu a 1.500 kwanzas e o mais alto a 12.500.

Os motociclos do Tipo 2 passaram a pagar 2.450 kwanzas (mais 22,5 por cento que o valor anterior) e os do Tipo 3 um total de 3.050 kwanzas (mais 22 por cento em relação ao selo de 2016).

As viaturas ligeiras com até 1.500 cc pagavam 4.300 kwanzas (mais 22,86 por cento em comparação com 2016), as ligeiras do Tipo 2 o valor de 4.900 (mais 22,5 por cento), as do Tipo 3 estava a 6.750 (mais 22,72 por cento) e as ligeiras do Tipo 4 em torno de 9.200 kwanzas (mais 22,66 por cento). Os veículos pesados do Tipo 1 pagavam 10.450 kwanzas, um acréscimo de 22,94 por cento sobre os 8.500 kwanzas anteriorme­nte cobrados.

O Decreto Executivo do ministro das Finanças, de 27 de Novembro de 2017, anuncia o pagamento da Taxa de Circulação por um período de três meses e adverte para a aplicação de multas de 50 por cento sobre o valor da taxa devida aos veículos, a ser aplicada pelos agentes reguladore­s de trânsito.

Tendo em atenção os indicadore­s de variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Nacional, a Taxa de Circulação para 2017 foi ajustada, em média, 22,70 por cento, para correspond­er com as necessidad­es orçamentai­s que se destinam à reparação, manutenção e preservaçã­o das vias públicas, obras estas que, doravante, grande parte delas, passam a ser realizadas pelas administra­ções locais.

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LUISA VICTORIANO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MALANJE AGT realizou várias acções públicas de sensibiliz­ação

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