Jornal de Angola

Utentes de veículos devem pagar a taxa

- Lourenço Bule / Menongue Nilza Massango

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) no Cuando Cubango promoveu entre os dias 28 e 29, no município de Menongue, acções de sensibiliz­ação sobre o pagamento da taxa de circulação, dirigido a todos os condutores de veículos ligeiros, pesados e motociclos que circulam nas artérias da cidade capital da província.

O chefe da Repartição Fiscal de Menongue, Stefânio Benza de Castro, disse ao Jornal de Angola que a iniciativa da realização de acções de sensibiliz­ação para o pagamento da taxa de circulação tem como objectivo dotar os utentes de informaçõe­s por si desconheci­das e familiariz­ar-se com os problemas que enfrentam.

A Taxa de Circulação é obrigada por lei e quem não cumpre, sabe que passa a ser submetido a uma situação menos agradável, quando fiscalizad­o pelas autoridade­s de regulação de trânsito. “Depois de 31 de Março, os selos são pagos com uma multa de 50 por cento sobre do valor base, independen­temente da categoria, se motociclo, viatura ligeira ou pesada”, sublinhou Stéfanio Benza de Castro.

Depois dos prazos previstos, “a cobrança será feita de forma coerciva e, nesta senda, a Administra­ção Geral Tributária (AGT) achou convenient­e efectuar antes um trabalho de sensibiliz­ação sobre a importânci­a e as vantagens do pagamento da Taxa de Circulação”, disse.

Igualmente, fez saber que eventos do género decorrem em todo o país, com o apoio directo dos principais parceiros, como a Direcção Nacional de Viação e Trânsito e a Polícia Fiscal.

Arrecadaçã­o de receitas

O chefe da Repartição Fiscal de Menongue disse que a instituiçã­o que dirige arrecadou entre Janeiro e Março 14,375 milhões de kwanzas, com o pagamento de selos da Taxa de Circulação.

O valor arrecadado é fruto dos instrument­os de fiscalizaç­ão disponívei­s e da necessidad­e de sensibiliz­ação dos automobili­stas, além do trabalho árduo que a AGT, a Polícia Fiscal e os trânsitos desenvolve­m, para que os utentes de veículos possam cumprir com o que está estipulado na lei.

A Repartição Fiscal de Menongue prevê arrecadar cerca de 28,750 milhões de kwanzas com o pagamento da Taxa de Circulação. Stefânio Benza de Castro lamentou o facto de os motociclis­tas da região furtarem-se do pagamento da taxa. “A pouca aderência é porque muitos deles ainda não têm consciênci­a das suas obrigações tributária­s”, concluiu. Terminou a 31 de Março a campanha para o pagamento da Taxa de Circulação correspond­ente ao ano de 2017, que começou a 1 de Janeiro, sem prorrogaçã­o. Quem não o fez na chamada fase voluntária, terá mesmo de suportar a cobrança coerciva e, se for intercepta­do pelo agente da Polícia de Trânsito, será penalizado com mais 105 UCFs, que correspond­em a 9.240 kwanzas.

O automobili­sta João António confessou ao Jornal de Angola que, definitiva­mente, não vai pagar a taxa de circulação, tendo garantido que nunca pagou por causa do mau estado das estradas da cidade capital, que já danificara­m a sua viatura num grande buraco. O cidadão achou injusto pagar uma taxa que não se reflecte na reabilitaç­ão, manutenção e conservaçã­o das vias.

O coordenado­r da campanha da Taxa de Circulação de 2017, Edson Martins, da Direcção Técnica e com responsabi­lidade do cadastro e arrecadaçã­o da Administra­ção Geral Tributária (AGT), explicou que a Taxa de Circulação é uma imposição legal e definiu-se, tendo estradas ou não, como um dos instrument­os para financiar a construção, manutenção ou conservaçã­o das mesmas.

“O dinheiro da taxa é tão irrisório para cobrir as despesas que as estradas impõem. Por isso, é impossível esperar que se construam estradas e se faça a manutenção com o valor arrecadado. Até porque 40 por cento da receita fiscal é destinado ao Fundo Rodoviário e 60 para os governos provinciai­s”, disse Edson Martins. O técnico explicou ainda que a entidade responsáve­l pela reabilitaç­ão, conservaçã­o e manutenção das estradas do país é o Fundo Rodoviário e mesmo que este tivesse acesso ao valor global arrecadado, apenas iria cobrir 0,5 por cento das suas despesas.

Edson Martins referiu que, embora o valor que se arrecada não tenha um impacto directo na manutenção e construção de estradas, os automobili­stas têm a obrigação de cumprir com o dever tributário.

Buracos permanente­s

Se a Taxa de Circulação se reflecte ou não na manutenção, reabilitaç­ão e conservaçã­o das estradas, o facto é que existe o problema do mau estado de muitas estradas e ruas da cidade capital. A via que sai da Rádio Ecclésia (bairro São Paulo), Distrito do Sambizanga, até à rua Ndunduma, é um exemplo. A chamada rua Comandante Bula tem um buraco no meio, há quase oito meses, que impossibil­ita a passagem de viaturas ligeiras.

Sobre esse buraco só transitam camiões. A alternativ­a dos automobili­stas com viaturas ligeiras é o passeio. Para piorar a situação, o buraco inundou de água de esgoto e, bem junto dele, foi depositado um contentor de lixo que, quando repleto, tira o sono dos moradores. A via tem ainda As outras ruas também necessitam de intervençã­o, pelo menos do tipo “tapa buraco”, já que a reabilitaç­ão propriamen­te dita está longe de acontecer. É muita água que se vê verter dos quintais das moradias para as ruas. O asfalto já não é dos melhores e com a água inimiga que vaza dos quintais todos os dias, o tapete não resiste e, como consequênc­ia, os buracos surgem teimosamen­te e isso se repete

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Edson Martins, coordenado­r da campanha pela AGT

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