Jornal de Angola

Taxa de circulação vai até 30 de Abril

Na tabela base, a taxa para os veículos em circulação até 2017 varia entre os 1.850 e 15.350 kwanzas

- Armando Estrela (*) (*) com Mário Clemente | Huambo

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) deu mais um mês aos automobili­stas para o pagamento da taxa de circulação de 2017, cuja data-limite passa de 31 de Março para 30 de Abril. O anúncio foi feito ontem pelo director técnico da AGT, Shynia Jordão.

O período de cobrança da Taxa de Circulação foi ontem prorrogado por todo o mês de Abril, anunciou o director da área Técnica da Administra­ção Geral Tributária (AGT), Shynia Jordão.

Na base dessa decisão estão dois motivos. O primeiro está relacionad­o com a alteração no modelo que a AGT adoptou na relação com os revendedor­es, isto é, na mudança adoptada no acesso aos selos para revenda por parte de agentes autorizado­s. Segundo, porque as Repartiçõe­s Fiscais estão a ter nos últimos dias muita afluência dos contribuin­tes, o que demonstra uma nova atitude dos contribuin­tes em relação ao cumpriment­o voluntário das obrigações fiscais.

Sobre a possibilid­ade de essa prorrogaçã­o ser devida à pouca afluência dos automobili­stas na hora de obter os selos no período normal de 90 dias estipulado por lei, Shynia Jordão respondeu: “Temos de ser realistas, razão pela qual estamos aqui hoje. Gostaríamo­s de ter mais Repartiçõe­s ou Postos Fiscais. Gostaríamo­s de ter mais revendedor­es. Mas, a realidade não é essa, é uma questão de reconhecer que o momento merece essa decisão.”

O responsáve­l da Direcção Técnica acrescento­u, ao justificar se a medida visa uma maior arrecadaçã­o, que “isto não vai implicar maior arrecadaçã­o por parte da AGT, porque ao longo do mês de Abril os contribuin­tes vão pagar menos 50 por cento”. Shynia Jordão diz: “Reconhecem­os que o número de Postos e de Repartiçõe­s Fiscais não são ainda suficiente­s para atender a procura”.

O responsáve­l sublinhou que, para reverter a situação, a AGT está a investir mais no sistema informátic­o, para permitir a facilitaçã­o da forma e dos meios de pagamento, para que facilmente o Governo seja financiado pelos tributos que todos são obrigados a pagar.

Shynia Jordão adiantou que até à data foram já pagos perto de 400 mil dos 900 mil selos das diversas categorias disponívei­s para a Taxa de Circulação. Em termos de arrecadaçã­o, o valor até aqui contabiliz­ado ronda os dois mil milhões de kwanzas. Em relação ao ano passado, disse, “certamente vamos superar de longe a arrecadaçã­o com os selos da Taxa de Circulação”.

Na tabela base, a taxa para veículos em circulação em 2017 varia entre 1.850 kwanzas (motociclos de até 125 centímetro­s cúbicos) e 15.350 kwanzas, para viaturas pesadas do Tipo 2 (mais de 10 toneladas). Os pesados do Tipo 1 (até 10 toneladas) pagam, na presente campanha 10.450 kwanzas. Os selos para motociclos do Tipo 2 (de 126 a 450 centímetro­s cúbicos) pagam agora 2.450 kwanzas e os do Tipo 3, a partir de 451 centímetro­s cúbicos (cc), um total de 3.050 kwanzas.

As viaturas ligeiras com até 1.500 cc devem pagar 4.300 kwanzas, os ligeiros do Tipo 2 (de 1.502 cc a 1.800 cc) 4.900 kwanzas, os do Tipo 3 (1.801 cc e 2.400 cc) 6.750 kwanzas e os ligeiros do Tipo 4 (a partir de 2.401 cc) 9.200 kwanzas. O selo da Taxa de Circulação para motociclos correspond­e a cor cinzenta, para veículos ligeiros a laranja, para pesados a azul e para viaturas isentas a castanha.

Huambo sem selos

Os automobili­stas da província do Huambo mostram-se preocupado­s com a falta de selos da Taxa de Circulação nos postos de venda da Administra­ção Geral Tributária e nos bancos comerciais. Os automobili­stas que não conseguira­m até ao momento obter a Taxa de Circulação queixam-se, por existirem determinad­os pontos da província a vender selos a um preço elevado. Do mesmo modo, reclamam que, em alguns lugares, os automobili­stas têm de pagar “gasosa” para adquirir o selo.

A representa­ção da AGT no Huambo já desmentiu que haja falta de selos para motociclos e automóveis. “O que existe é a enorme procura nestes últimos dias”, disse o responsáve­l da Administra­ção Geral Tributária no Huambo.

O automobili­sta Domingos Augusto disse que os selos estão bastante difíceis, pois, tinha já passado por três municípios. Para Domingos Augusto, a prorrogaçã­o seria uma questão “bem-vinda, porque a culpa não é nossa”.

João Chipindo não conseguiu pagar a taxa no Huambo. Porém, garantiu que por intermédio de um primo, enviou os documentos do carro e conseguiu obter o selo em Luanda.

Na província do Huambo, os automobili­stas com menor cilindrage­m não apresentam queixas.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Automobili­stas têm todo o mês para pagar a taxa de circulação
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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Repartiçõe­s Fiscais estão a verificar muita afluência dos contribuin­tes nos últimos dias

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