Motoristas alcoolizados condenados
Do grupo de condenados constam quatro mulheres dos 25 aos 36 anos e três estrangeiros detidos no fim-de-semana prolongado
Um total de 108 automobilistas, entre os quais quatro mulheres, foram ontem condenados pelo Tribunal da Ingombota a pagar entre 21 mil e 105 mil kwanzas por condução sob efeito de álcool durante o fim-de-semana prolongado da Páscoa.
As quatro mulheres ficaram detidas na primeira esquadra, na Ilha do Cabo, e os 104 homens nas celas da Direcção Provincial de Investigação Criminal. Há estrangeiros entre os condenados.
Quatro mulheres, dos 25 aos 36 anos, dois portugueses e um cubano estão entre as 108 pessoas condenadas ontem, em Luanda, a pagar 21 mil kwanzas e 105 mil, pelo Tribunal da Ingombota, por condução sob efeito de álcool, no fim-de-semana prolongado.
Alguns dos infractores, cujo teste de alcoolemia acusou mais de 1,2 gramas por litro de álcool no sangue, foram condenados a pagar 21 mil kwanzas e outros 105 mil.
A este extenso grupo de condenados juntam-se, coincidentemente, 108 indivíduos que foram apenas multados pela Unidade de Trânsito de Luanda por terem sido apanhados a conduzir com uma taxa inferior a 1,2 gramas por litro de álcool no sangue. Os indivíduos foram mandados para casa depois de terem pernoitado na Unidade de Trânsito de Luanda para a redução do nível de álcool consumido.
As quatro mulheres ficaram detidas na primeira esquadra, na Ilha do Cabo, e os 104 homens nas celas da Direcção Provincial de Investigação Criminal.
A operação “Noite Sem Álcool” foi realizada em três dias pela Unidade de Trânsito de Luanda, por ocasião da Páscoa. Devido à exiguidade de espaço para acolher os 108 réus e os seus familiares, o colectivo de juízes de Direito do Tribunal da Ingombota decidiu fazer o julgamento em três salas de audiências.
Os réus foram também condenados a pagar de 50 a 55 mil kwanzas de taxa de justiça e cinco mil kwanzas ao defensor oficioso indicado pelo tribunal.
A juíza Djoline de Almeida afirmou que os réus agiram com premeditação, uma vez que têm consciência de que, se conduzirem, não devem consumir exageradamente bebidas alcoólicas. Já o procurador Agostinho Cassabalo considerou “muito grave” o crime de condução sob efeito de álcool, por ser uma atitude que pode causar consequências como a inibição de conduzir, mortes, ferimentos graves e privação da liberdade, caso haja reincidência.
Agostinho Cassabalo salientou ainda que “o bom comportamento dos réus, durante o julgamento, a confissão espontânea do crime e o facto de terem encargos familiares contribuíram como factores atenuantes”.
Os infractores foram autuados em várias zonas da província de Luanda, onde funcionaram, de sexta a domingo, barreiras para a fiscalização automóvel e testes com bafómetro.
A operação “Noite Sem Álcool”, lançada às 22h00, foi antecedida de uma campanha de prevenção rodoviária, com maior incidência no município de Icolo e Bengo, durante a qual foram distribuídos panfletos com conselhos úteis. O comandante da Unidade de Trânsito de Luanda, superintendentechefe Roque Silva, informou ser a primeira operação que, em três dias, leva às barras do Tribunal 108 motoristas.
Na semana anterior à da celebração da Páscoa foram detidos apenas 60 automobilistas com uma taxa superior a 1.2 gramas por litro de sangue em Luanda, onde, desde Janeiro, foram registados 329 acidentes de viação envolvendo motoristas embriagados.
Um dos dois portugueses julgados, cujo nome preferiu omitir, disse à comunicação social que foi detido na madrugada de domingo, na zona do Gamek. O teste de alcoolemia a que foi submetido acusou 1.6 gramas por litro de álcool no sangue.
O português salientou que, quando chegou à cela, foi “bem recebido por outros reclusos” e não foi vítima de maus-tratos. Contou que, na prisão, teve de trocar o maço de cigarros que tinha com comida oferecida por detidos que havia encontrado. “Inclusive, foram os presos que lá encontrei que me arranjaram um colchão para dormir a troco de dinheiro que eu levava no bolso”, contou ainda o cidadão português.
O chefe de Secção de Acidentes da Unidade de Trânsito de Luanda, inspector-chefe António Mandinga, explicou que um cidadão do sexo masculino e com 50 quilos, se beber um copo de vinho, pode ter uma percentagem de álcool no sangue de 0,25 gramas por litro de álcool no sangue. Se ingerir dois copos, chega a ter 0,45 gramas por litro de álcool no sangue, percentagem que aumenta para 0,70 se beber três copos. Caso beba quatro copos, pode chegar a 0,95 gramas por litro de álcool no sangue, dose passível de aplicação de uma multa.
Se um cidadão pesar 70 quilos e beber três copos de vinho, a sua percentagem de álcool no sangue pode chegar até a 0,6 gramas por litro de álcool no sangue e é multado se for abordado pela Polícia.
Se a pessoa for mulher com 50 quilos, e se beber dois copos de vinho, a taxa de álcool pode chegar a 0,6. Caso pese 70 quilos e beber quatro copos de vinho, a percentagem de álcool no sangue pode chegar até 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, sendo por isso multada se for abordada por agentes reguladores de trânsito.
O inspector-chefe António Mandinga explicou que a percentagem de álcool no sangue pode aumentar se a refeição for confeccionada com bebida alcoólica, como cerveja ou champanhe. Mas também disse que a taxa pode reduzir se o usuário de bebidas alcoólicas fizer com regularidade exercícios físicos.