Jornal de Angola

Motoristas alcoolizad­os condenados

Do grupo de condenados constam quatro mulheres dos 25 aos 36 anos e três estrangeir­os detidos no fim-de-semana prolongado

- André da Costa

Um total de 108 automobili­stas, entre os quais quatro mulheres, foram ontem condenados pelo Tribunal da Ingombota a pagar entre 21 mil e 105 mil kwanzas por condução sob efeito de álcool durante o fim-de-semana prolongado da Páscoa.

As quatro mulheres ficaram detidas na primeira esquadra, na Ilha do Cabo, e os 104 homens nas celas da Direcção Provincial de Investigaç­ão Criminal. Há estrangeir­os entre os condenados.

Quatro mulheres, dos 25 aos 36 anos, dois portuguese­s e um cubano estão entre as 108 pessoas condenadas ontem, em Luanda, a pagar 21 mil kwanzas e 105 mil, pelo Tribunal da Ingombota, por condução sob efeito de álcool, no fim-de-semana prolongado.

Alguns dos infractore­s, cujo teste de alcoolemia acusou mais de 1,2 gramas por litro de álcool no sangue, foram condenados a pagar 21 mil kwanzas e outros 105 mil.

A este extenso grupo de condenados juntam-se, coincident­emente, 108 indivíduos que foram apenas multados pela Unidade de Trânsito de Luanda por terem sido apanhados a conduzir com uma taxa inferior a 1,2 gramas por litro de álcool no sangue. Os indivíduos foram mandados para casa depois de terem pernoitado na Unidade de Trânsito de Luanda para a redução do nível de álcool consumido.

As quatro mulheres ficaram detidas na primeira esquadra, na Ilha do Cabo, e os 104 homens nas celas da Direcção Provincial de Investigaç­ão Criminal.

A operação “Noite Sem Álcool” foi realizada em três dias pela Unidade de Trânsito de Luanda, por ocasião da Páscoa. Devido à exiguidade de espaço para acolher os 108 réus e os seus familiares, o colectivo de juízes de Direito do Tribunal da Ingombota decidiu fazer o julgamento em três salas de audiências.

Os réus foram também condenados a pagar de 50 a 55 mil kwanzas de taxa de justiça e cinco mil kwanzas ao defensor oficioso indicado pelo tribunal.

A juíza Djoline de Almeida afirmou que os réus agiram com premeditaç­ão, uma vez que têm consciênci­a de que, se conduzirem, não devem consumir exageradam­ente bebidas alcoólicas. Já o procurador Agostinho Cassabalo considerou “muito grave” o crime de condução sob efeito de álcool, por ser uma atitude que pode causar consequênc­ias como a inibição de conduzir, mortes, ferimentos graves e privação da liberdade, caso haja reincidênc­ia.

Agostinho Cassabalo salientou ainda que “o bom comportame­nto dos réus, durante o julgamento, a confissão espontânea do crime e o facto de terem encargos familiares contribuír­am como factores atenuantes”.

Os infractore­s foram autuados em várias zonas da província de Luanda, onde funcionara­m, de sexta a domingo, barreiras para a fiscalizaç­ão automóvel e testes com bafómetro.

A operação “Noite Sem Álcool”, lançada às 22h00, foi antecedida de uma campanha de prevenção rodoviária, com maior incidência no município de Icolo e Bengo, durante a qual foram distribuíd­os panfletos com conselhos úteis. O comandante da Unidade de Trânsito de Luanda, superinten­dentechefe Roque Silva, informou ser a primeira operação que, em três dias, leva às barras do Tribunal 108 motoristas.

Na semana anterior à da celebração da Páscoa foram detidos apenas 60 automobili­stas com uma taxa superior a 1.2 gramas por litro de sangue em Luanda, onde, desde Janeiro, foram registados 329 acidentes de viação envolvendo motoristas embriagado­s.

Um dos dois portuguese­s julgados, cujo nome preferiu omitir, disse à comunicaçã­o social que foi detido na madrugada de domingo, na zona do Gamek. O teste de alcoolemia a que foi submetido acusou 1.6 gramas por litro de álcool no sangue.

O português salientou que, quando chegou à cela, foi “bem recebido por outros reclusos” e não foi vítima de maus-tratos. Contou que, na prisão, teve de trocar o maço de cigarros que tinha com comida oferecida por detidos que havia encontrado. “Inclusive, foram os presos que lá encontrei que me arranjaram um colchão para dormir a troco de dinheiro que eu levava no bolso”, contou ainda o cidadão português.

O chefe de Secção de Acidentes da Unidade de Trânsito de Luanda, inspector-chefe António Mandinga, explicou que um cidadão do sexo masculino e com 50 quilos, se beber um copo de vinho, pode ter uma percentage­m de álcool no sangue de 0,25 gramas por litro de álcool no sangue. Se ingerir dois copos, chega a ter 0,45 gramas por litro de álcool no sangue, percentage­m que aumenta para 0,70 se beber três copos. Caso beba quatro copos, pode chegar a 0,95 gramas por litro de álcool no sangue, dose passível de aplicação de uma multa.

Se um cidadão pesar 70 quilos e beber três copos de vinho, a sua percentage­m de álcool no sangue pode chegar até a 0,6 gramas por litro de álcool no sangue e é multado se for abordado pela Polícia.

Se a pessoa for mulher com 50 quilos, e se beber dois copos de vinho, a taxa de álcool pode chegar a 0,6. Caso pese 70 quilos e beber quatro copos de vinho, a percentage­m de álcool no sangue pode chegar até 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, sendo por isso multada se for abordada por agentes reguladore­s de trânsito.

O inspector-chefe António Mandinga explicou que a percentage­m de álcool no sangue pode aumentar se a refeição for confeccion­ada com bebida alcoólica, como cerveja ou champanhe. Mas também disse que a taxa pode reduzir se o usuário de bebidas alcoólicas fizer com regularida­de exercícios físicos.

 ?? AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Os julgamento­s foram realizados em três salas devido ao elevado número de infractore­s
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Os julgamento­s foram realizados em três salas devido ao elevado número de infractore­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola