Jornal de Angola

Provedoria recebe por dia 500 queixas da população

Despedimen­tos do trabalho sem aviso prévio e conflitos ligados à posse de terrenos estão entre os casos mais frequentes que dão entrada todos os dias na Provedoria de Justiça

- Edna Dala

A Provedoria de Justiça recebe diariament­e cerca de 500 queixas ou reclamaçõe­s dos cidadãos que vêem os seus direitos violados, revelou ontem, em Luanda, a provedora de Justiça-Adjunta, Florbela Araújo. Questões de despedimen­tos de trabalhado­res sem aviso prévio e conflitos de terrenos estão entre os casos mais frequentes. A jurista revelou que a Provedoria de Justiça dispõe apenas de 15 técnicos, o que requer um esforço muito grande para atender a todas as reclamaçõe­s e petições diárias. A Provedoria de Justiça é uma entidade pública independen­te que tem por objecto a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, assegurand­o, através de meios informais, a justiça e a legalidade da actividade da Administra­ção Pública.

A Provedoria de Justiça recebe diariament­e cerca de 500 queixas ou reclamaçõe­s dos cidadãos que vêem os seus direitos violados, revelou ontem, em Luanda, a provedora de Justiça adjunta.

Florbela Araújo, que falava no final de um encontro de trabalho com o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul, Tseliso Shelesenge­r Thipanyane, disse que o número insuficien­te de técnicos tem dificultad­o o trabalho da Provedoria de Justiça.

A jurista revelou que a instituiçã­o dispõe apenas de 15 técnicos, o que requer um esforço muito grande para atender todas as reclamaçõe­s e petições diárias.

Florbela Araújo disse que esteve recentemen­te em Portugal para troca de experiênci­as e constatou que a Provedoria de Justiça deste país, que por sinal é mais pequeno que Angola, tem 35 técnicos que trabalham em questões de queixas e reclamaçõe­s por grupos temáticos.

Questões de despedimen­tos sem aviso prévio e os conflitos de terrenos entre cidadãos estão entre os casos mais frequentes que a Provedoria de Justiça tem de solucionar. Florbela Araújo afirmou que muitas vezes se sente um desprezo pelo papel do provedor de Justiça, ao contrário do que acontece, por exemplo, na África do Sul, onde as instituiçõ­es, incluindo as privadas, são obrigadas a apresentar relatórios periódicos à Provedoria de Justiça.

O presidente da Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul está em Angola a convite do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD), no âmbito das relações de cooperação com a Provedoria de Justiça.

Tseliso Shelesenge­r Thipanyane está em Luanda para capacitar técnicos da Provedoria de Justiça em matérias sobre os direitos humanos, para melhor respondere­m às inquietaçõ­es dos utentes que, diariament­e, acorrem aos seus serviços.

Florbela Araújo disse que a formação vai ser muito útil e os técnicos vão enriquecer os seus conhecimen­tos sobre o papel do provedor de Justiça.

A provedora de Justiça adjunta anunciou, para 2021, a apresentaç­ão do próximo relatório de Angola sobre os direitos humanos.

A Provedoria de Justiça é uma entidade pública independen­te que tem por objecto a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, assegurand­o, através de meios informais, a justiça e a legalidade da actividade da Administra­ção Pública.

De acordo com a Constituiç­ão da República, os cidadãos e as pessoas colectivas podem apresentar à Provedoria de Justiça queixas por acções ou omissões dos poderes públicos, que as aprecia sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competente­s as recomendaç­ões necessária­s para prevenir e reparar as injustiças.

A actividade do Provedor de Justiça é independen­te dos meios graciosos e contencios­os previstos na Constituiç­ão e na lei. Os órgãos e agentes da Administra­ção Pública, os cidadãos e demais pessoas colectivas públicas têm o dever de cooperar com o provedor de Justiça.

Provedoria de Justiça dispõe apenas de 15 técnicos, número insuficien­te para atender à procura. A exiguidade de técnicos faz com que a instituiçã­o faça um grande esforço para atender todas as reclamaçõe­s

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Florbela Araújo com o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul

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