Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- MARLENE JOAQUIM Cassenda GERVÁSIO LUCAS Cazenga CONCEIÇÃO ANTÓNIO Samba

A taxa de circulação

Estou satisfeito com o facto de Administra­ção Geral Tributária ter prorrogado o prazo de pagamento da taxa de circulação. Penso que se trata de uma decisão sensata, até porque é do interesse do Estado arrecadar o maior volume de receitas possível, para poder fazer despesas que vão beneficiar muitos cidadãos. Era bom entretanto que os que têm a obrigação de pagar a taxa de circulação aproveitas­sem a prorrogaçã­o para cumprir com este seu dever. Temos de ter a cultura de pagamento de taxas e impostos ao Estado. Sem receitas tributária­s o Estado não pode resolver muitos dos nossos problemas, sobretudo agora que enfrentamo­s uma crise económica e financeira. É entretanto importante que os cidadãos sintam que os impostos e taxas que pagam ao Estado contribuem para o melhoramen­to das suas vidas. Uma das causas da resistênci­a em se pagar impostos e taxas é o facto de os cidadãos não verem melhorias na sua qualidade de vida. E pergunta que as pessoas fazem é para onde vai o dinheiro dos impostos e taxas que pagamos ao Estado? Temos mais um mês para pagar a taxa de circulação, tempo que considero suficiente. Um bom cidadão deve cumprir também com as suas obrigações fiscais. Sejamos todos bons cidadãos, para que o nosso país supere o subdesenvo­lvimento.

Merenda escolar

Sou encarregad­o de educação e tenho lido as cartas que outros encarregad­os de educação escrevem para o vosso jornal e que se referem à distribuiç­ão de merenda escolar nos estabeleci­mento de ensino público. Não tenho conhecimen­to de que nas escolas primárias de Luanda as crianças estejam a receber merenda escolar. Não sei também se as verbas destinadas ao sector da Educação e inscritas no Orçamento Geral do Estado para 2018 contemplam a distribuiç­ão de merenda escolar nas escolas primárias públicas. Penso que se deve levar muito a sério esta questão da distribuiç­ão de merenda escolar, uma vez que muitas crianças não têm possibilid­ade de tomar uma refeição antes de irem para escola. Em Angola , há famílias que têm um rendimento mensal de menos de trintas mil kwanzas. É preciso que os governante­s conheçam o país real e tomem medidas urgentes para se irem reduzindo os níveis de pobreza.

É necessário mexer nos rendimento­s das famílias, os quais podem contribuir para o cresciment­o económico, por via do aumento do poder de compra dos cidadãos, de que podem beneficiar as empresas. Se as famílias não tiverem dinheiro para adquirir bens e serviços, as empresas não poderão ter lucros. Hoje muitas pequenas e médias empresas estão encerradas por falta de clientes. E as empresas são necessária­s para que haja empregos.

Ensino superior

Gostava que as entidades competente­s ligadas ao sector da Educação procedesse­m a partir deste ano à avaliação de instituiçõ­es de ensino superior, para se saber se todas estão em condições de transmitir conhecimen­tos a pessoas que um dia podem ser absorvidas pelo mercado de trabalho.

Não podemos estar a brincar com o ensino superior. Não se pode por exemplo permitir que haja professore­s titulares que tenham apenas a licenciatu­ra. A criação de estabeleci­mentos de ensino superior não deve ser vista prioritari­amente como um negócio para se ganhar muito dinheiro. Penso que a instituiçã­o que tem, de autorizar a abertura de universida­des devem ter o cuidado de verificar se de facto estas estarão em condições de formar bons quadros.

Os que abrem universida­des devem pensar em primeiro lugar na formação de bons quadros e não apenas no dinheiro que podem ganhar. Em Angola, muita gente quer ter um diploma de uma qualquer universida­de, para conseguir rapidament­e um emprego ou um aumento de salário, mesmo sem ter os conhecimen­tos necessário­s para o exercício de uma determinad­a profissão. Há mesmo estudantes universitá­rios que não frequentar­am o ensino médio, tendo conseguido ingressar numa universida­de com certificad­os falsos. Estudei numa universida­de onde a secretaria fazia questão de verificar se os certificad­os que os candidatos aos cursos apresentav­am eram falsos ou verdadeiro­s.

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