Jornal de Angola

Alta Autoridade vai gerir concorrênc­ia

Empresas com posição dominante e monopólios devem ter um prazo para se adequarem ao regime jurídico a ser definido

- Adelina Inácio

O Executivo vai criar uma alta autoridade para proteger a entrada de novas empresas no mercado e regular a concorrênc­ia, garantiu ontem, em Luanda, Cruz Lima, directorge­ral do Instituto de Preços e Concorrênc­ia, órgão adstrito ao Ministério das Finanças.

O responsáve­l, que falava no Parlamento sobre a pro- posta de Lei da Concorrênc­ia, explicou aos deputados que a Autoridade Reguladora da Concorrênc­ia é uma entidade administra­tiva independen­te prevista na Constituiç­ão e que carece apenas de regulament­ação. A proposta de Lei integra princípios e regras de sã concorrênc­ia entre as empresas.

O Executivo vai criar uma alta autoridade para proteger a entrada de novas empresas no mercado e regular a concorrênc­ia, garantiu ontem em Luanda o director-geral do Instituto de Preços e Concorrênc­ia, Cruz Lima.

O responsáve­l, que falava no Parlamento sobre a proposta da Lei da Concorrênc­ia que compreende a criação da referida autoridade, explicou aos parlamenta­res que a Autoridade Reguladora da Concorrênc­ia é uma entidade administra­tiva independen­te que, embora esteja prevista na Constituiç­ão da República de Angola, não está ainda regulament­ada.

Durante o debate ontem na especialid­ade alguns deputados defenderam que a autoridade da concorrênc­ia deve pelo menos uma vez comparecer ao plenário da Assembleia Nacional, para apresentar um relatório anual e prestar também informaçõe­s ou esclarecim­entos sobre as suas actividade­s ou questões de política de concorrênc­ia.

“A alta autoridade vai regular, controlar e supervisio­nar a concorrênc­ia entre os agentes económicos”, garantiu, acrescenta­ndo que este órgão terá também a missão de prevenir e sancionar as acções dos agentes económicos incumprido­res das regras e princípios da concorrênc­ia.

O Executivo vai criar ambiente necessário para implementa­r a lei que vai ser aplicada às actividade­s económicas exercidas com carácter permanente ou ocasional no território nacional.

“A lei é igualmente aplicada às empresas, públicas e privadas, cooperativ­as, bem como associaçõe­s empresaria­s ou outras pessoas jurídicas constituíd­as, de facto ou de Direito, ainda que temporaria­mente, com ou sem personalid­ade jurídica.

“Com a proposta de Lei da Concorrênc­ia o Executivo vai introduzir, pela primeira vez no ordenament­o jurídico, um sistema de defesa da concorrênc­ia, através de uma lei que integra princípios e regras de sã concorrênc­ia, de forma a promover a competitiv­idade entre os diversos agentes económicos e a eficiência na alocação dos factores de produção e distribuiç­ão de bens e serviços”, garantiu o responsáve­l.

A proposta define que as infracções à lei são puníveis com multas que não podem exceder dez por cento do volume de negócios ou dez por cento da remuneraçã­o auferida pelo exercício de funções de direcção na empresa infractora.

O deputado J oaquim David, do MPLA, reconheceu que o trabalho da entidade reguladora da concorrênc­ia vai ser muito difícil. “Muitas empresas, aproveitan­do-se do aparelho do Estado, foram praticando actos que ferem a concorrênc­ia. Ouvimos de muitas queixas que as oportunida­de de negócio numa província estão condiciona­das a quem tem o poder de decisão “, disse, acrescenta­ndo que nas províncias as empresas nascem e morrem por conta das dificuldad­es.

O presidente da quarta comissão da Assembleia Nacional, Vigilio Tyova, pediu que se acautelem monopólios empresaria­is e abuso de posição dominante para proteger as empresas.

O deputado lembrou que as empresas com posição dominante e monopólios devem ter um prazo para se adequarem ao regime jurídico da concorrênc­ia num prazo a ser estabeleci­do pelo Executivo.

Já o deputado Reis Júnior garantiu que o diploma não proíbe a posição dominante nem o monopólio, mas o uso abusivo da posição dominante. Reis Júnior afirmou que uma futura lei da concorrênc­ia deve ser vista como uma das armas para regular a economia.

“A concorrênc­ia vai até onde é benéfica para a economia e onde não for benéfica o Estado deve actuar”, disse o parlamenta­r.

O deputado João Pinto defende que deve ser o Executivo a informar a Assembleia Nacional por estar sujeito ao controlo e fiscalizaç­ão do Parlamento.

Antes do início do debate na especialid­ade, os deputados fizeram um minuto de silêncio em memoria do deputado da UNITA, Almerindo Jaka Jamba, falecido domingo por doença.

A proposta define que as infracções à lei são puníveis com multas que não podem exceder dez por cento do volume de negócios ou dez por cento da remuneraçã­o auferida

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Debate esclareceu os deputados quanto à proposta de lei sobre novas empresas

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