Pedida extradição de Puigdemont
A Justiça alemã pediu ontem, à Câmara Territorial de Schleswig, a tramitação do processo de extradição para Espanha do ex-presidente catalão, Carles Puigdemont, acusado de crimes de rebelião e desvio de fundos públicos.
O Ministério Público de Schleswig Holstein, do Estado federado alemão onde foi detido Puigdemont, em aplicação do mandado de captura europeu ditado pela Justiça espanhola, solicitou também que o ex-presidente da “Generalitat” (governo catalão) permaneça preso por considerar existir “risco de fuga”.
“A acusação de rebelião contempla, essencialmente, a realização de um referendo inconstitucional, apesar de serem esperados confrontos violentos”, realçou em comunicado o Ministério Público que considera que o crime pelo qual a Justiça espanhola condena Puigdemont pode ser equivalente ao de alta traição, contemplado pelo Código Penal alemão.
“Não é exigível, legalmente, uma coincidência literal de preceitos alemães e espanhóis”, ressaltou. As acusações de desvio de fundos públicos e de corrupção para realizar o referendo ilegal separatista de 1 de Outubro de 2017, prossegue a Justiça, correspondem ao crime de desvio também contemplado no Código Penal alemão.
O Ministério Público destaca que as forças policiais indicaram, que após os confrontos violentos de 20 de Setembro de 2017 entre cidadãos catalães e a Guarda Civil, era de esperar uma escalada da violência no dia do referendo.