Jornal de Angola

Winnie homenagead­a pelo espírito combativo

Funeral da activista da luta anti-apartheid é no dia 14 de Abril próximo

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Milhares de sul-africanos prestaram ontem homenagem ao “espírito combativo” de Winnie Mandela com uma série de eventos dedicados à vida da lutadora contra o regime do apartheid e ex-mulher de Nelson Mandela, falecida domingo à tarde, por doença, aos 81 anos.

Muitas pessoas afluem à casa de Winnie Mandela para homenagear a ex-mulher do ex-Presidente sul-africano, também já falecido.

Tanto o Presidente sulafrican­o, Cyril Ramaphosa, que lidera o Congresso Nacional Africano (ANC), como o líder da oposição Julius Malema, fundador dos Combatente­s da Liberdade Económica (EFF, esquerda radical), que se tornou o confidente de Winnie Mandela nos últimos anos, saudaram a memória da militante do ANC.

As exéquias oficiais acontecem no dia 14 de Abril, anunciou Ramaphosa.

A liga das mulheres do ANC, que Winnie Mandela dirigiu no passado, organizou ontem uma marcha até ao seu domicílio, no Soweto.

Winnie e Nelson Mandela personific­aram durante mais de 30 anos a luta contra o regime racista da África do Sul. A fotografia do casal, de mãos dadas, à saída de Nelson Mandela da prisão em 1990 após 27 anos atrás das grades, simbolizou uma vitória na luta contra o apartheid, que só foi oficialmen­te abolido em 1994.

Além de se destacar na luta antiaparth­eid, Winnie tornou-se uma figura controvers­a. A mulher que foi apelidada de “mãe da nação” encorajou a violência durante a luta contra o regime segregacio­nista e o seu discurso violento e as acusações de homicídio contra o seu guarda-costas afastaramn­a do marido.

Nelson Mandela e Winnie, que se casaram em 1956, divorciara­m-se em 1996, dois anos depois de Nelson Mandela se tornar no primeiro Presidente negro da África do Sul.

Frequentem­ente criticada pelo ANC, Winnie Mandela apoiava a actual liderança do partido, que o ex-marido levou ao poder após as primeiras eleições pós-apartheid em 1994.

Na segunda-feira à noite, logo após a fatídica notícia, o Presidente sul-africano, Cyrill Ramaphosa, deslocou-se à casa de Winnie Mandela no Soweto, onde os seus partidário­s estavam reunidos e cantavam músicas de intervençã­o.

“Na cultura africana, cantamos quando estamos feridos”, disse Winnie Ngwenya, 64 anos, líder da liga feminina do ANC, à agência AFP.

Uma das suas últimas aparições públicas remonta à última conferênci­a nacional do ANC, em Dezembro, em Joanesburg­o, onde foi saudada com aplausos.

Algumas semanas depois, foi hospitaliz­ada devido a uma infecção renal e teve alta dez dias mais tarde antes de ser internada novamente no fim de semana passado.

Winnie e Nelson Mandela personific­aram a luta contra o regime racista da África do Sul. A fotografia do casal, de mãos dadas, à saída de Mandela da prisão simbolizou uma vitória

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DR Apoiantes recordam Winnie com músicas de intervençã­o

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