Jornal de Angola

Jovens violadas, mortas e atiradas a um tanque

A Polícia Nacional tem conhecimen­to de alguns crimes ocorridos naquele bairro e prossegue as investigaç­ões

- Edivaldo Cristóvão

Apesar da actuação da Polícia, os crimes continuam a ocorrer sobretudo à Quatro jovens foram violadas, assassinad­as e uma delas atirada para um tanque de água, na sexta-feira passada, no bairro Papá Simão, em Viana, um acto alegadamen­te praticado por delinquent­es da zona, soube o Jornalde Angola junto de alguns moradores.

Segundo uma moradora, que falou sob anonimato, com medo de ser identifica­da, alguns jovens suspeitos de terem cometido estes crimes são residentes da zona, mas ninguém tem a coragem de denunciá-los, para evitar estar expostos ou passar a ser o próximo alvo destes.

“Vivo no bairro Papá Simão, há cinco anos, e nunca tivemos tanto terror como agora, a situação está demais, há inseguranç­a”, conta.

A interlocut­ora contou que apesar da actuação da Polícia Nacional, os crimes continuam a ser praticados, principalm­ente no período nocturno, a partir das 22H00, por jovens que aparentam ter entre 18 a 22 anos.

A Polícia Nacional, através do portavoz, Mateus Rodrigues, confirmou ao JornaldeAn­gola ter conhecimen­to da ocorrência, naquela zona de Viana, de dois casos de homicídio, antecedido de violação sexual, e um indivíduo suspeito de cometer os crimes estar detido.

Mateus Rodrigues disse que os efectivos da corporação estão a trabalhar para apurar os factos e brevemente dar melhor esclarecim­ento. Segundo o oficial da Polícia Nacional, o jovem detido é suspeito de ter cometido crime passional, por ser o namorado de uma das vítimas encontrada morta num tanque de água, no bairro Papá Simão.

“Estamos a trabalhar para acharmos os criminosos, com a intenção de travarmos esses crimes, para garantir a segurança e tranquilid­ade dos cidadãos “, disse Mateus Rodrigues.

A moradora do bairro Papá Simão, 41 anos, contou ao Jornal deAngola que está cansada de viver com medo. "Hoje (ontem) uma das jovens assassinad­as e violadas foi enterrada, após ser encontrada dentro de um tanque de água, na sexta-feira passada, próximo da minha casa”.

Ela disse que foi forçada a anular o ano lectivo, por causa do medo de ser abusada sexualment­e e morta, argumentan­do que "dói-me parar com os estudos, já que o objectivo era concluir o segundo ano do curso de Psicologia, no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA).

Inscrita no período de noite, ela chegava à casa depois das 22H00 e por causa da delinquênc­ia, esse horário passou a ser um empecilho, pois durante o tempo em que esteve a estudar, já foi assaltada duas vezes e os meliantes levaram o telemóvel e, em algumas situações, teve que recorrer a serviço de segurança que a acompanhar­am até a sua casa.

“Vivo no bairro Papá Simão, há cinco anos, e nunca sentimos tanto terror como agora, a situação está demais, há inseguranç­a”, conta.

"Segunda-feira foram encontrado­s os cadáveres de duas jovens violadas e mortas, e os familiares destas vítimas estão revoltados com esta situação e clamam por justiça, o mais breve possível", disse.

Além dos casos de violação e homicídio, no bairro do Papá Simão, há também registos de assaltos à mão armada, tanto na via pública como em residência­s. Ainda na semana passada a casa de uma prima sua foi vandalizad­a, por meliantes.

"Os meliantes não deixaram nenhuma peça para contar história, até a banheira de frescos já temperados e o frasco de jindungo levaram, parecia que a casa sofreu uma mudança", contou.

Os moradores adoptaram pelo reforço da segurança das suas residência­s, com a aquisição de cães ferozes ou instalação de arames farpados. Apesar da falta de iluminação ser também um dos factores para o aumento destes crimes, o bairro dispõe de duas esquadras próximas localizada­s nos Contentore­s e do Santo António.

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO noite

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