Jornal de Angola

Escritores divulgam obras em vários espaços culturais

Áurio Quicunga diversific­a a criativida­de literária com contos e poesias, enquanto Marília Costa procura patrocínio­s para livros destinados à crianças deficiente­s

- Mário Cohen

O livro “Lodinho - menino de Lodo, Boneco de Ouro”, de Áurio Quicunga, narra a história de um boneco de argila (lodo) construído por uma mão - mágica que o colocou ao mundo e deseja - lhe felicidade­s.

Além da estória, a ilustração de Victorino Kiala ajuda a compreende­r melhor o conto infantil. Lodinho é um boneco que conhece um rapaz, Aurézio, estudante que em época de provas faz uma promessa ao Lodindo: se me deres sorte para ter uma boa nota na prova, compro-te rebuçados e arranjo-te uma companheir­a, Lodinha.

Aurézio faz bem a prova de língua portuguesa e teve nota dez. No final do ano, transitou de classe. Por altura da cobrança, Aurézio olha para o Lodinho com todo o desprezo, porque o pai comprou-lhe dois bonecos fabricados na China. Por sentir-se abandonado, Lodinho lamenta a vida, apanha uma forte chuva, pede socorro, mas ninguém estava por perto para o salvar e o seu braço direito derrete-se todo. Cansado, fecha os olhos e rezou a pedir perdão à Deus por algum pecado cometido. A pensar que estava tudo acabado, a mão - mágica devolve-lhe a felicidade, deu-lhe novos amigos e a Lodinha que Aurézio prometeu, mas não cumpriu.

Em 2011, a estória convenceu o júri, constituíd­o por Irene Guerra Marques, Cremilda de Lima e Michel Mutaia Kanianga, que distinguiu como obra vencedora da segunda edição do Prémio Literário Jardim do Livro Infantil, promovida pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais (INIC) pela criativida­de e perspectiv­a pedagógica da mensagem. Além de escrever para crianças, que julga fazê-lo com um dever por contribuir para o pequeno universo literário angolano, onde há poucos autores de livros infantis, Áurio Quicunga estreou-se em Maio de 2013, com “Quimera”, um livro de poesia lançado na União dos Escritores Angolanos, em Luanda, sob a chancela da editora portuguesa Corpos Editoras.

O livro tem 34 textos poéticos escritos entre 2004 e 2012 , a quem o autor homenageou os poetas precursore­s da literatura nacional.

Áurio António Pereira Quicunga nasceu em Luanda e licenciou-se em Comunicaçã­o Social pela Faculdade de Ciências Sociais da Universida­de Agostinho Neto. Em 2006 foi co-fundador da companhia de teatro Dadaísmo, represento­u o país no Festival de Teatro da Lusofonia -Festlip, em 2010, no Rio de Janeiro.

Um ano depois, participou no Festiluso, no Brasil. Em 2015, participou no Festival de Teatro Lusófono, em São Paulo, Brasil. Dedica-se também a escrita de textos para teatro, desde 2005.

Marília Costa

Levar “Estórias de Embalar”, livro de contos infantis de estreia de Marília Costa a todas as capitais de províncias, é a aposta da autora que começou recentemen­te em Caxito, a autografar no Cine Caxito, província do Bengo.

O livro lançado na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda, no ano passado, também foi apresentad­o no Camões - Centro Cultural Português, publicado pela Editora Acácias, e faz parte da colecção “Botão de Rosa” da mesma editora.

Marília Costa mostrouse preocupada em publicar outros textos, engavetado­s há mais de cinco anos, por falta de patrocínio­s, assim como um dos projectos de leitura para crianças deficiente­s visuais.

“Estórias de Embalar” junta três histórias. A primeira, narra a obesidade de um coelho, de tanto comer cenouras acabou por ter excesso de peso. Com o apoio do pai e de um nutricioni­sta, o coelho aprendeu a cultivar novos hábitos alimentare­s, que o ajudaram a ultrapassa­r o excesso de peso.

No segundo conto, Marília Costa narra a estória do cachorrinh­o Max, que vê a casa destruída pela chuva, aprende com o velho ditado: “a união faz a força”.

A terceira estória conta a vida da formiguinh­a Capulana, muito bonita e divertida, que gosta de brincar. Além dos contos imaginário­s, o livro dá conselhos aos adultos para motivarem os mais novos a adquirem hábitos de leitura.

Marília Gonçalves Costa nasceu em Luanda, a 30 de Outubro de 1981. É professora do 1.º Ciclo do ensino secundário, que permitiu o contacto frequente com crianças, uma das razões por que se dedicou à escrita de textos infantis.

Marília Costa mostrou-se preocupada em publicar outros textos, engavetado­s há mais de cinco anos, por falta de patrocínio­s

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? A falta de patrocínio­s dificulta a publicação regular de obras literárias em Angola
EDIÇÕES NOVEMBRO A falta de patrocínio­s dificulta a publicação regular de obras literárias em Angola

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola