Professores do ensino geral estão em greve
"Estamos em greve", lê-se nos cartazes afixados nos portões de algumas das escolas da província de Luanda
Docentes do ensino geral entraram ontem em greve de duas semanas convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), que exige do Governo a aprovação do novo estatuto da carreira docente, a actualização das categorias dos professores em serviço e a transição de professores do regime probatório para o quadro definitivo.
Professores das escolas públicas do ensino geral iniciaram ontem uma greve de duas semanas convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores(SINPROF), que exige do Governo a aprovação do novo estatuto da carreira docente, a actualização das categorias dos professores em serviço e a transição de professores do regime probatório para o quadro definitivo.
O presidente do SINPROF, Guilherme Silva disse que, comparativamente às duas fases desta greve, realizadas em 2017, a iniciada ontem ultrapassou as expectativas, inclusive nas províncias fora de Luanda, onde o sindicato tinha “algumas reticências”, nomeadamente sobre Benguela, Bié, Huambo, Cuando Cubango e Moxico.
O JornaldeAngola esteve ontem, no período da manhã, em alguns estabelecimentos de ensino geral e confirmou a paralisação das aulas.
Em Luanda, no portão da escola n.º 5004, na rua Eugénio de Castro, bairro da Vila Alice, Distrito Urbano do Rangel, está afixado um cartaz com os dizeres “Estamos em greve”.
No momento em que a equipa do
JornaldeAngola chegou, não havia alunos e as salas de aula estavam trancadas, apenas a secretaria se encontrava aberta com alguns funcionários administrativos, que se recusaram a falar.
Na escola 11 de Junho 2005, localizada na Cidade do Kilamba, as portas estavam encerradas, o mesmo cenário foi observado no Nginga Mbandi, no Instituto Médio Politécnico Alda Lara, no Magistério Primário e no Magistério Mutu ya Kevela.
Osvaldo de Carvalho da Silva, professor da disciplina de Matemática, do Instituto Alda Lara, confirmou o encerramento do estabelecimento de ensino devido à greve convocada pelo SINPROF.
O director pedagógico do Instituto Médio Politécnico Alda Lara não prestou declarações à reportagem do Jornalde
Angola, porque quando contactou via telefónica o director geral da instituição, este não autorizou que falasse à imprensa.
“Estamos em greve” é o anúncio estampado numa folha de papel do tipo A4, afixado no portão principal deste instituto politécnico, localizado no centro da cidade de Luanda. No interior, viam-se as salas vazias e meia dúzia de alunos aglomerados na parte de fora, confirmando a greve.
A greve iniciada ontem, em todo o país, abrange, segundo o SINPROF, todos os professores do ensino não universitário, e vai até ao próximo dia 27 de Abril.
A implementação da terceira fase da greve convocada pelo SINPROF acontece numa altura em que decorrem negociações entre este sindicato, a entidade patronal e os Ministérios das Finanças e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, para satisfazer as reivindicações dos docentes angolanos.
Num comunicado divulgado no domingo, o Ministério da Educação garantiu ter exarado na totalidade os despachos de nomeação de todos os professores do ensino secundário relativos à alteração de vínculo de provimento provisório para o quadro definitivo.
O Ministério da Educação assegura que quanto à questão do subsídio de diuturnidade, já abriu a base de dados do Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado para o processamento dessa rubrica, que começa a ser paga neste mês.
Para hoje, está previsto um encontro entre os ministérios da Educação, da Administração Pública ,Trabalho e Segurança Social com o SINPROF, com vista a dar sequência à maratona negocial iniciada na sexta-feira passada, visando a análise dos pontos constantes do caderno reivindicativo.
Na sequência do anúncio de greve, o Executivo criou uma Comissão de Crise, liderada pelo ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, e que integra altos responsáveis do sector da Educação, que iniciou conversações com o SINPROF para dirimir o conflito.
No momento em que a equipa do JornaldeAngola chegou, não havia alunos, as salas estavam trancadas, apenas a secretaria estava aberta