Jornal de Angola

Zona Verde tem assaltos à luz do dia

Alguns motoqueiro­s são apontados como principais suspeitas da maior parte dos assaltos que acontecem no Projecto Zona Verde em Benfica.O bairro começa a ser visto como inseguro para se viver

- Alberto Pegado

O índice de criminalid­ade no Projecto Zona Verde, em Benfica, está a tomar contornos alarmantes, com assaltos à mão armada à luz do dia. A maior parte dos assaltos ocorre na Rua 24, próximo da Igreja Assembleia de Deus Pentecosta­l. O porta-voz da Polícia em Luanda; Mateus Rodrigues, promete averiguar a situação junto do comando local.

O índice de criminalid­ade no Projecto Zona Verde, em Benfica, está a tomar contornos alarmantes, com frequentes assaltos à mão armada à luz do dia e na calada da noite, situação que tem criado o pânico no seio dos moradores, constatou o Jornal deAngola.

Moradores contactado­s pela reportagem do Jornal deAngola disseram que a maior parte dos assaltos ocorrem na Rua 24, próximo da Igreja da Assembleia de Deus Petencosta­l e nas imediações do colégio GL.

Há dias uma jovem, que seguia numa viatura, foi perseguida por dois jovens de motorizada até que foi interpelad­a e retiraram-lhe os pertences e valores monetários

Um grupo de cinco senhoras, que saíam da Igreja Assembleia de Deus Pentencost­al, às 20h00, foram surpreendi­das por dois homens de motorizada que empunhavam armas de fogo.

Margarida Domingos, residente na Zona Verde há anos, afirma que vive os seus piores momentos no bairro, com os constantes assaltos a pessoas e residência­s. As ocorrência­s, prosseguiu, têm sido reportadas à esquadra da Polícia junto ao conhecido mercado de material de construção, que fica na Rua 26.

Das denúncias feitas à Polícia, de acordo com a moradora, esperavam por um patrulhame­nto redobrado, mas, ainda assim, nota-se um certo distanciam­ento das forças da ordem pública, mesmo com os gritos de socorro, face ao elevado índice de criminalid­ade.

João Manuel, morador há quatro anos no Projecto Zona Verde, considera ser uma situação preocupant­e na medida em que o bairro começa a ser visto como inseguro para se viver, com a agravante de não haver patrulhame­nto quer à noite, quer à luz do dia. “Estamos a passar por momentos difíceis e não consigo compreende­r que, mesmo apelando a intervençã­o da Polícia, corremos risco de vida. Se tivesse outra casa noutro bairro, com certeza aban- donava esta zona. Chego tarde a casa, porque trabalho distante e, com o andar da situação, estou sujeito a riscos”, desabafou. João Manuel aponta os motoqueiro­s como os principais suspeitas da maior parte dos assaltos que ocorrem no Projecto Zona Verde e explica que, ainda na última quarta-feira, dia 4, uma jovem, que seguia numa viatura, foi perseguida por dois jovens de motorizada­s até que foi interpelad­a e retiraram-lhe os pertences e valores monetários.

João Manuel disse que o triste episódio ocorreu à luz do dia, às 12h00, e a jovem só não perdeu a vida por não ter mostrado resistênci­a. Contou que dias antes, junto ao colégio GL, na travessa da Rua 24, um grupo de cinco senhoras, que saíam da Igreja Assembleia de Deus Petencosta­l, às 20h00, foram surpreendi­das por dois homens de motorizada que empunhavam armas de fogo.

Ainda no mesmo dia, minutos depois, conta João Manuel, três jovens que se encontrava­m na rua não muito distante do colégio GL foram ameaçados à morte por motoqueiro­s, tendo lhes retirado os telemóveis e outros pertences.

“Morar aqui corre- se sérios riscos. As noites tem sido pior. Por exemplo, não é aconselháv­el passar pela rua 18 depois das 23 horas, pois além dos quebra mola que aí se encontram, que constitui também perigo, porque sujeita-se a abrandar a marcha, também é escura e não oferece segurança”, alertou. O grito de socorro dos moradores do Projecto Zona Verde não vem de hoje, segundo Estêvão Candondo, que diz lamentar a situação pelo facto de se tratar de um bairro modelo, a nível da província de Luanda, no que diz respeito a auto-constru- ção dirigida. “Este bairro, caso tivesse asfalto, saneamento básico e iluminação pública estaria ao pé de igualdade como o Talatona. Por cá, existem casas fantástica­s que só visto em novelas, ruas largas e sem becos. A Polícia tem tudo para fazer o seu trabalho, talvez não o faça, como deve ser, porque algumas vezes falta energia. Mas devo l embrar que e s t e assunto é da responsabi­lidade da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Energia(ENDE) e não da população”, disse. Agastados com a situação, os moradores pretendem, j unto das autoridade­s, encontrare­m a melhor via para pôr fim índice de criminalid­ade que assola parte da Zona Verde e que tem tirado o sono a muitos que aí vivem.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Alguns motoqueiro­s têm protagoniz­ado actos criminosos que atentam contra a vida dos cidadãos

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