Jornal de Angola

Agendada discussão da Lei do Investimen­to Privado

- Adelina Inácio

Os presidente­s dos grupos parlamenta­res agendaram, para o dia 19 deste mês, a discussão da proposta de Lei de Investimen­to Público-Privado, que vai combater a burocracia e estimular o desempenho dos agentes económicos.

O debate foi agendado durante a reunião dos presidente­s dos grupos parlamenta­res, orientado pelo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos. Ainda para o dia 19 foi, igualmente, agendado, para votação final, a proposta de Lei da Concorrênc­ia.

O presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Diógenes de Oliveira, adiantou que a proposta de Lei do Investimen­to Público-Privado, de iniciativa do Executivo, decorre da necessidad­e da evolução da própria dinâmica do modelo económico que está suportado pelo papel relevante que deve ter o investimen­to privado nacional. A iniciativa do Executivo, disse, é oportuna e o Parlamento vai estudar as experiênci­as das leis anteriores e pugnar por uma lei consistent­e que possa correspond­er às expectativ­as do empresaria­do nacional.

O presidente da Quinta Comissão da Assembleia Nacional defende que a Lei do Investimen­to Público-Privado deve estar ligada à Lei da Concorrênc­ia, para que esta exerça o seu papel de jus- tiça. Para o deputado, um dos grandes combates que se deve fazer no país é o da burocracia, para que os processos sejam expeditos e, assim, se estimule os agentes económicos a um bom desempenho.

Diógenes de Oliveira explicou que com a proposta de Lei do Investimen­to PúblicoPri­vado, o Executivo pretende fazer algumas alterações pontuais, para tornar mais célere o processo de promoção, captação e tramitação de investimen­tos privados, tendo em conta os variados sectores.

Os incentivos da proposta de lei, salientou, vão permitir aos investidor­es privados não só investir no país, como também nos lucros gerados no exercício da sua actividade produtiva e comercial.

Ontem, os deputados pre- pararam os diplomas que vão ser submetidos à próxima sessão plenária. O deputado João Pinto, do MPLA, pediu uma reflexão sobre as leis de investimen­to privado, para a saúde da economia e a confiança dos investidor­es. “Tem havido uma certa instabilid­ade legislativ­a em matéria de investimen­to privado, o que já começa a ser preocupant­e”, disse.

João Pinto considera anormal que, em menos de 10 anos, o Parlamento aprove três ou quatro leis sobre o investimen­to privado, que tem consequênc­ia na confiança no mercado. “O investidor quando investe num país deve ter confiança nas instituiçõ­es judiciais, políticas e administra­tivas. É preo- cupante porque o investimen­to é a estrutura da imagem do Estado perante o investimen­to estrangeir­o e a própria confiança na economia”, salientou.

Relativame­nte à proposta de Lei da Concorrênc­ia, o presidente da Comissão de Assuntos Constituci­onais e Jurídicos da Assembleia Nacional, Reis Júnior, afirmou que o abuso da posição dominante é condenável nos termos da lei. “É o abuso da posição dominante que pode ferir aspectos ligados à concorrênc­ia e não a posição dominante em si. O abuso da posição dominante pode levar à suspensão da actividade e da empresa, e a não contrataçã­o pelo Estado”, sublinhou.

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