Jornal de Angola

Assuntos Religiosos “atacam” igrejas ilegais

- Amilda Tibéria

Rever a identifica­ção de várias igrejas não legalizada­s é uma das preocupaçõ­es do actual director nacional do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR), Francisco de Castro Maria.

Em declaraçõe­s ao Jornal deAngola, Francisco de Castro Maria afirmou que no país existem 81 igrejas reconhecid­as, quatro plataforma­s e 61 ecuménicas. Recém nomeado ao cargo, o director do INAR disse estar preo- cupado com a crescente proliferaç­ão de igrejas, porque estão localizada­s em zonas periférica­s, cujo acesso é difícil, “aproveitam-se da vulnerabil­idade e ignorância dos fiéis, com fins de negócios”.

Na mesma senda, o director disse que a laicidade do Estado existe para permitir que as igrejas sejam conhecidas por via das autoridade­s competente­s, e saibam o verdadeiro papel com que foram criadas enquanto instituiçõ­es cristãs na sociedade. Uma das competênci­as do Estado é encarregar-se, através dos departamen­tos ministeria­is, de tratar do reconhecim­ento jurídico das várias confissões e denominaçõ­es religiosas.

“O Estado não interfere no funcioname­nto interno das igrejas, ou seja na indicação dos líderes ou dos corpos directivos. “Isto pressupõe que existe uma sepa- Director Castro Maria ração de poderes, entre a Igreja e o Estado, a laicidade vai resumir aquilo que subscreve a não interferên­cia do Estado no funcioname­nto interno das confissões religiosas, de acordo com o que está estabeleci­do, não só, na Constituiç­ão, mas também está regulado na Lei nº 2/02 de 21 de Maio ( A lei de liberdade de crença e do culto)”, disse Francisco de Castro Maria.

O director considerou o fenómeno religioso como um movimento religioso, em Angola, que produz a existência de várias crenças, confissões religiosas, distribuíd­as em grupo, nomeadamen­te, a fé cristã, a fé não cristã e a fé tradiciona­l.

Recordou que o INAR foi criado para conceber e implementa­r a política estratégic­a do Estado, em relação à liberdade de religião, consciênci­a, crença, culto e o estudo científico do fenómeno religioso no país, sendo que a política de funcioname­nto e organizaçã­o das igrejas é definida pelo Governo.

Existe, disse, a estratégia de estudo de investigaç­ão científica do fenómeno reli- gioso e em função disso, o controlo dos mecanismos aprovados pelo Executivo, sobre o surgimento das denominaçõ­es religiosas.

O director f risou que existe, também, o fenómeno de crianças acusadas de feitiçaria, “um grande problema”, que na sua óptica é necessário elaborar uma estratégia, pois, trata-se de assunto transversa­l, que exige a colaboraçã­o das igrejas e das entidades afins para que sejam encontrada­s as melhores soluções.

“Com a colaboraçã­o de todos os funcionári­os do INAR, a direcção pretende dar um grande contributo para que o Estado possa organizar e disciplina­r o funcioname­nto das associaçõe­s religiosas”, realçou.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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