Produtos contaminados destruídos nos Mulenvos
Um total de 435 embalagens de salsicha, mortadela e bacon, de 500 gramas, processadas com a bactéria da provenientes da África do Sul, e que estavam a ser comercializadas no supermercado Shoprite, foram ontem destruídas no aterro sanitário dos Mulenvos, em Viana.
Os produtos destruídos ontem foram fabricados pelas empresas sul-africanas Rainbow e Enterprise e contêm a bactéria causadora do vírus listeriose, que já matou 180 pessoas na África do Sul.
João Mendes de Carvalho, coordenador da comissão multissectorial, disse que até ao momento não foi registado no país nenhuma pessoa contaminada com a listeriose. “Fizemos a vistoria em todos os estabelecimentos comerciais”, informou, para acrescentar que já foi proibida a entrada do produto no país.
O coordenador explicou que o facto dos produtos terem sido encontrados na Shoprite não significa que os demais comercializados lá também estejam contaminados.
“São apenas os produtos processados pelas empresas Rainbow e Enterprise, que contêm o vírus causador da doença que vitima os sulafricanos”, esclareceu. Acrescentou que os produtos em causa incluem o frango congelado e as marcas fabricadas por aquelas empresas.
O responsável disse que foi fácil detectá-los por se tratar de um produto que não se importa em grandes quantidades. Deu a conhecer que o trabalho ficou mais fácil, porque a comissão contou com o apoio da Shoprite empresa, que prestou toda a colaboração.
João Mendes de Carvalho informou que o levantamento para detectar produtos contaminados com o vírus da está a ser feito a nível dos estabelecimentos comerciais de pequenos e grandes superfícies e mercados em todo o país.
Segundo João Mendes de Carvalho, o fornecedor do produto assumiu toda a responsabilidade, pro- metendo mesmo indemnizar os importadores, como é o caso, por exemplo, da Shoprite. “Qualquer responsabilização deve recair ao fornecedor”, frisou.
A comissão multissectorial protagonizou um acto que pôs em causa a saúde dos jornalistas destacados para acompanhar a actividade. Ao chegar ao local onde os produtos foram destruídos, dentro do aterro sanitário, distribuíram-se entre si máscaras protectoras, tendo deixado os repórteres entregues “à sua sorte”, inalando o odor, fumo e poeira.
Questionado sobre a atitude, João Mendes de Carvalho disse que a responsabilidade pela distribuição das máscaras não foi da comissão multissectorial. “A Elisal é que disponibilizou algumas que tinha de reserva. Não houve separação”, disse.
A listeriose é uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de alimentos contaminados com a bactéria
Se contraída durante a gravidez, a infecção pode resultar em aborto espontâneo.