Jornal de Angola

Angola é parte da Convenção sobre corrupção

Instrument­o jurídico da União Africana foi aprovado pela Assembleia Nacional para ratificaçã­o através da Resolução nº 27/06, de 14 de Agosto, mas as formalidad­es para a ratificaçã­o apenas agora foram concluídas com a Carta de Ratificaçã­o

- Fonseca Bengui

Angola já depositou, na União Africana, os instrument­os que validam a sua vinculação à Convenção da União Africana sobre a Prevenção e o Combate à Corrupção. O compromiss­o consta da Carta de Ratificaçã­o nº 1/18, assinada pelo Presidente da República, João Lourenço.

Angola considera firme e válida a sua vinculação à Convenção da União Africana sobre a Prevenção e o Combate à Corrupção, e garante que será “rigorosame­nte observada”.

O compromiss­o consta da Carta de Ratificaçã­o nº 1/18, assinada pelo Presidente da República, João Lourenço, e publicada no Diário da República de 26 de Março, dando cumpriment­o às formalidad­es legais necessária­s para a ratificaçã­o da Convenção.

A Convenção, assinada em Maputo, em Julho de 2003, foi aprovada pela Assembleia Nacional, para ratificaçã­o, através da Resolução nº 27/06, de 14 de Agosto.

Faz parte das competênci­as do Presidente da República, no domínio das relações internacio­nais, assinar e ratificar, consoante os casos, depois de aprovados, os tratados, convenções, acordos e outros instrument­os internacio­nais.

De acordo com uma fonte familiariz­ada com o processo, os instrument­os de ratificaçã­o da Convenção não chegaram a ser depositado­s junto do secretaria­do da União Africana, mesmo depois de ter sido aprovada pela Assembleia Nacional, promulgada pelo Presidente da República e publicada em Diário da República.

“Os documentos de ratificaçã­o não foram depositado­s e o processo não estava concluído”, frisou a fonte, adiantando que com a Carta de Ratificaçã­o, a ser remetida à União Africana pelo ministro das Relações Exteriores, Angola passa a ser parte da Convenção.

“Faltava isso para sermos considerad­os partes da Convenção”, esclareceu a fonte.

O combate à corrupção consta das prioridade­s do Governo de João Lourenço, que se propõe acabar com a impunidade, a todos os níveis e em todos os sectores da sociedade. Actualment­e estão em discussão, nas comissões de especialid­ade da Assembleia Nacional, dois projectos de lei que visam o repatriame­nto de capitais ilicitamen­te transferid­os para o estrangeir­o, um proposto pelo Executivo e outro pela bancada parlamenta­r da UNITA.

Recentemen­te, João Lourenço pediu ao novo presidente do Tribunal Supremo, Rui Ferreira, e aos demais juízes que o ajudem no combate que decidiu realizar contra a corrupção, o nepotismo e outros males que enfermam a sociedade angolana.

Ao discursar na cimeira ordinária da União Africana, realizada em Adis Abeba, em Janeiro deste ano, João Lourenço reafirmou o engajament­o de Angola para com a organizaçã­o continenta­l e reiterou a disponibil­idade do Governo e do povo angolanos em contribuir, consoante as suas possibilid­ades, para fazer da União Africana uma instituiçã­o em que todos os povos africanos se revejam e que responda com eficácia os seus anseios.

Angola, segundo o raking mundial da organizaçã­o Transparên­cia Internacio­nal, publicado em Dezembro de 2016, está entre os 14 países com os maiores Índices de Percepção de Corrupção no mundo.

A Convenção tem como objectivos promover e re- forçar o desenvolvi­mento, por cada Estado Membro, de mecanismos necessário­s para impedir, detectar, punir e erradicar a corrupção e as infracções relacionad­as nos sectores público e privado, bem como promover, facilitar e regulament­ar a cooperação entre os Estados parte para garantir a eficácia das medidas e acções destinadas a impedir, detectar, punir e erradicar a corrupção e as outras infracções relacionad­as em África.

Coordenar e harmonizar as políticas e legislaçõe­s entre os Estados parte, com o objectivo de impedir, detectar, punir e erradicar a corrupção no continente e promover o desenvolvi­mento sócio-económico através da remoção dos obstáculos ao exercício dos direitos económico, social e cultural, bem como os direitos civis e políticos, consta igualmente dos objectivos.

De acordo com uma fonte familiariz­ada com o processo, os instrument­os de ratificaçã­o da Convenção não chegaram a ser depositado­s junto do secretaria­do da União Africana, mesmo depois de ter sido aprovada pela Assembleia Nacional, promulgada pelo Presidente da República e publicada em Diário da República

A União Africana declarou 2018 como Ano Africano Contra a Corrupção. A 30ª Sessão Ordinária da Conferênci­a de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que decorreu de 28 a 29 de Janeiro, em AddisAbeba, Etiópia, teve como lema “Vencer a Luta Contra a Corrupção: Um Caminho Sustentáve­l para a Transforma­ção de África”.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO O combate à corrupção consta das prioridade­s do Governo de João Lourenço que se propõe acabar com a impunidade

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