Jornal de Angola

Encontro entre Educação e Sindicato sem consenso

SINPROF quer aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente e do processo de actualizaç­ão de categoria dos professore­s antes de novas admissões

- Rodrigues Cambala

Terminou sem consenso a reunião de ontem entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professore­s (SINPROF) para pôr fim à greve que dura desde segunda-feira. Depois de quase sete horas de negociaçõe­s, a reunião terminou com um comunicado em que o SINPROF anuncia que vai informar os seus filiados sobre as discussões mantidas com o Governo e encontrar-se outra data, ainda esta semana, para um novo encontro com o Ministério da Educação. Até lá, os sindicalis­tas decidiram manter a greve de 15 dias.

O Ministério da Educação eo Sindicato Nacional dos Professore­s (SINPROF) não chegaram a um consenso na reunião, realizada ontem, em Luanda, com vista a pôr fim à greve que já está no seu terceiro dia.

Na quarta reunião, após a declaração de greve, o SINPROF prometeu que vai consultar os filiados, ao longo da semana, para apresentar as propostas da entidade patronal. Com base nos Estatutos, os filiados do sindicato vão decidir sobre a suspensão ou a continuaçã­o da greve, até ao dia 27 deste mês. Entretanto, o próximo encontro entre o sindicato e o Ministério da Educação só deve acontecer após esta consulta, que não tem data marcada.

No final da reunião, que durou cerca de sete horas, as partes produziram um comunicado lido pela secretária geral do SINPROF, Hermínia do Nascimento, que declarou haver evolução significat­iva nas negociaçõe­s, mas sem apresentar um horizonte temporal para os alunos regressare­m às salas de aula.

Ainda ontem, as partes elaboraram um cronograma de acção, tendo em atenção o tempo de vigência do caderno reivindica­tivo.

“Ainda estamos a trabalhar…”, disse a representa­nte dos professore­s, reiterando que, ainda esta semana, voltam a estar com o Governo para debater as questões pendentes.

Entre os vários pontos em discussão, a secretária geral avançou que a grande divergênci­a está na aprovação do Estatuto da Carreira Docente e a actualizaç­ão da categoria dos professore­s.

“Com a aprovação do Estatuto da Carreira Docente vamos ultrapassa­r muitos problemas que ainda estão pendentes”, indicou Hermínia do Nascimento.

A responsáve­l salientou que, nesta altura, muitos professore­s melhoraram o seu perfil académico, mas continuam em categorias muito baixas, auferindo um salário de 49 mil kwanzas.

O director nacional para a Formação de Quadros, Isaac Paxi, em representa­ção do Ministério da Educação, não avançou dados sobre a reunião, admitindo que, nas próximas reuniões, a entidade empregador­a vai prestar mais informaçõe­s.

O sindicato reclama desde 2013, a aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente, a actualizaç­ão da categoria dos professore­s e também a transição dos que se encontram no regime probatório para o definitivo.

Sobre o subsídio de diuturnida­de, o Ministério da Educação exarou um documento, há dias, que assegura que já abriu a base de dados do Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE) para o processame­nto do aludido subsídio, que começa a ser pago a partir deste mês. Segundo o Ministério, os professore­s do ensino secundário, sujeitos à alteração do vínculo de provimento provisório, passaram para o quadro definitivo.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Estudantes continuam sem aulas face à greve que se observa
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Estudantes continuam sem aulas face à greve que se observa

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