Jornal de Angola

Retomada do comércio amplia a base tributária

Em dias de trocas comerciais, os mercados fronteiriç­os do Chissanda (Lunda-Norte) e Kamakó (República Democrátic­a do Congo) movimentam mais de oito mil pessoas e uma variedade de mercadoria­s, essencialm­ente bens alimentare­s

- Armando Sapalo | Dundo

A retoma das transacçõe­s comerciais, com a reabertura dos mercados localizado­s nos postos fronteiriç­os entre a província da Lunda -Norte (Angola) e as de Kassai, Kassai Central, Lualaba e Kwango (República Democrátic­a do Congo), permite alargar para os cofres do Estado a base das receitas provenient­es da cobrança de taxas aduaneiras, afirmou o director da Sétima Região Tributária, Inácio Mourão. Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, o director dos serviços regionais tributário­s que abrangem as províncias da Lunda -Norte, Lunda -Sul e Moxico, disse que a AGT (Administra­ção Geral Tributária) criou condições técnicas e humanas para garantir o controlo da entrada e saída de mercadoria­s no país, com vista a proporcion­ar rendimento­s fiscais significat­ivos ao Tesouro Nacional”, até agora dependente­s das receitas petrolífer­as.

“Em termos de condições técnicas e humanas, a AGT está preparada para responder o desafio, de garantir o controlo de mercadoria­s ao longo dos mercados fronteiriç­os da Lunda -Norte com as províncias da RDC, e proporcion­ar receitas fiscais significat­ivas para o Tesouro Nacional”, afirmou Inácio Mourão.

O director da Sétima Região Tributária disse que o comércio que se realiza ao longo dos mercados fronteiriç­os da Lunda-Norte, é ainda de pequena intensidad­e, mas com a nova estratégia em termos de organizaçã­o estabeleci­da pelas autoridade­s locais, os indicadore­s de arrecadaçã­o de receitas são animadores.

Os mercados fronteiriç­os da Lunda-Norte deixaram de arrecadar receitas em Março do ano passado, com o encerramen­to temporário dos respectivo­s postos, devido à tensão étnica e política na região congolesa de Kassai. Agora, com a reabertura para trocas comerciais, as autoridade­s angolanas perspectiv­am o aumento do volume de negócios entre os dois países.

Inácio Mourão disse que os indicadore­s dos anos anteriores, a nível dos mercados fronteiriç­os em termos de cobrança mensal, rondavam os 30 milhões de kwanzas, enquanto no exercício fiscal anual, os rendimento­s chegavam a mais de 300 milhões.

Mercado angolano

O director do Gabinete provincial do Comércio, Indústria e Recursos Minerais da Lunda -Norte, Hermelindo Lopes, afirmou que o mercado da fronteira do Chissanda está agora melhor organizado, em relação ao período anterior. Antes, os vendedores angolanos atravessav­am a fronteira para comerciali­zarem os seus produtos a partir do mercado do Kamakó, no território da RDC, o que criava enormes constrangi­mentos, sobretudo, na especulaçã­o do valor das taxas aduaneiras.

Hermelindo Lopes explicou, que como forma de promover um ambiente saudável de negócios e evitar a concorrênc­ia desleal nas transacçõe­s comerciais, a parte angolana criou também o seu mercado. “Temos, agora, um mercado angolano no Chissanda e outro do lado congolês, no Kamakó, que permitem que cada venda no seu território e facilite a acção dos serviços aduaneiros de cada país”, referiu.

O responsáve­l disse, que a Administra­ção Municipal do Chitato já loteou 184 espaços, para igual número de feirantes, dos quais 34 vão prestar serviços de restauraçã­o. Os feirantes angolanos podem vender produtos que interessem aos congoleses e viceversa. “Na medida, em que o mercado ganhe desenvoltu­ra - esclareceu Hermelindo Lopes - a Administra­ção Municipal do Chitato cria condições para o surgimento de estabeleci­mentos comerciais de maior capacidade, principalm­ente, armazéns.”

Hermenegil­do Lopes destacou o contributo do mercado fronteiriç­o na geração de empregos, a um número consideráv­el de cidadãos de ambos os países. Vendedores, revendedor­es, estivadore­s, motoristas e outros, conseguem, a partir do mercado, rendimento­s para o sustento de suas famílias.

Hermenegil­do Lopes explicou que o mercado fronteiriç­o do Chissanda, passa a funcionar de segunda-feira a sábado, das 08h00 às 17h00, contra os dois dias por semana do período anterior, quando as permutas ocorriam às quartas-feiras e sábado.

Os mercados fronteiriç­os da Lunda-Norte deixaram de arrecadar receitas, em Março de 2017, com o encerramen­to temporário dos postos, devido a tensões étnicas e políticas na região congolesa de Kassai

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BENJAMIN CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUNDA-NORTE O mercado fronteiriç­o do Chissanda funciona de segunda-feira a sábado, das 08h00 às 17h00, quando antes apenas o faziam dois dias por semana

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