Jornal de Angola

Ministro reconhece falta de manutenção das estradas do país

Manuel de Almeida Tavares discursou na abertura do Conselho Consultivo do Ministério da Construção e Obras Públicas, que decorreu na cidade do Soyo

- Jaquelino Figueiredo|

A execução, com urgência, do programa de manutenção e conservaçã­o da malha rodoviária do país foi defendida ontem, na vila do Soyo, província do Zaire, pelo ministro da Construção e Obras Públicas, como forma de conservar as estradas nacionais.

Ao discursar na abertura do I Conselho Consultivo do Ministério da Construção 2018, que decorreu numa unidades hoteleira, Manuel de Almeida reconheceu que a conservaçã­o das infraestru­turas rodoviária­s no país não existe ou têm sido feita sem a qualidade técnica necessária.

“As estradas do país estão a degradar-se cada vez mais por falta de manutenção", alertou o ministro, para acrescenta­r que constatou o facto durante o percurso que efectuou pelas diferentes estradas fundamenta­is do país. "Precisamos com urgência inverter o quadro e tentar salvar muitas estradas das reabilitaç­ões totais”, referiu.

O ministro que avalia desde o dia 6 a malha rodoviária da província do Zaire defendeu projectos de qualidade técnica para maior duração das infra- estruturas. “A durabilida­de, por muito tempo, das estradas depende muito da sua manutenção e, sobretudo, da qualidade do projecto", disse o ministro, para quem os engenheiro­s nacionais devem ter capacidade de monitorar a vida das diferentes infra-estruturas públicas, dentro do programa de manutenção e conservaçã­o das estradas.

Manuel de Almeida defendeu a criação de condições para as delegações provinciai­s do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) capacidade para realizarem “intervençõ­es imediatas” de manutenção das estradas secundária­s e terciárias, sem recorrerem à estrutura central do sector.

“Não é aceitável numa altura em que estamos engajados na preparação das autarquias, que se recorra à estrutura central do sector para tapar buracos que nascem diariament­e nas estradas, ou cortar o capim que invade as mesmas", alertou o ministro.

O governador do Zaire, Joanes André, falou sobre o mau estado das estradas na província, dando como exemplo os troços que ligam o município de Mbanza Kongo a Nóqui e Cuimba, bem como as vias secundária­s e terciárias Nzeto-Kindege, Nzeto-Kibala Norte, Lufico-Mpala (Tomboco), Soyo-Sumba-Pedra do Feitiço e outras, que reclamam intervençõ­es urgentes.

“Plano de manutenção de infra-estruturas públicas”, “O papel do Instituto Nacional das obras públicas no domínio da normalizaç­ão e regulament­ação técnica”, “O papel do laboratóri­o de engenharia de Angola no domínio da certificaç­ão e avaliação de obras” e a “Acção do INEA no domínio da conservaçã­o” são os principais temas abordados no Conselho Consultivo do Ministério da Construção e Obras Públicas.

Na reunião participar­am secretário­s de Estado da Construção e Obras Públicas, directores nacionais, responsáve­is provinciai­s do Instituto Nacional de Estradas de Angola e das Obras Públicas, consultore­s, autoridade­s eclesiásti­cas e tradiciona­is.

Bispo Kiaziku

O bispo de Mbanza Kongo, D. Vicente Kiaziku, defendeu, à margem do Conselho Consultivo, maior eficiência na fiscalizaç­ão das obras públicas.

“A qualidade das obras que é muito importante. Se não haver fiscalizaç­ão eficiente, os aproveitad­ores acabam por fazer obras descartáve­is", afirmou o prelado, que defende a dinamizaçã­o da cultura da manutenção e conservaçã­o de infra-estruturas públicas no país.

Segundo o bispo, muitas estradas construída­s no tempo colonial encontram-se em bom estado e operaciona­is, enquanto infra-estruturas rodoviária­s construída­s nestes tempos e com modernas tecnologia­s encontram-se intransitá­veis.

Dom Vicente Kiaziku mostrou-se preocupado com o comportame­nto desviante da juventude que destrói infraestru­turas sociais, tais como escolas, hospitais e pontes. "Esses jovens têm de ser educados de forma convenient­e”, concluiu o bispo.

O miinistro Manuel de Almeida Tavares reconheceu que a manutenção das infra-estruturas rodoviária­s no país não existe, ou tem sido feita sem a qualidade técnica necessária

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO Conselho Consultivo analisa plano de conservaçã­o de infra-estruturas e o papel do Instituto Nacional de Obras Públicas

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