Jornal de Angola

Défice de dadores leva à queda das reservas de sangue

O Ministério da Saúde disponibil­iza por dia uma média de 50 unidades de sangue à Pediatria e ao Instituto do Cancoro

- Ana Paulo

O Instituto Nacional de Sangue (INS) teria reserva suficiente para responder aos pedidos dos hospitais públicos do país se cinco por cento dos 26 milhões de habitantes em Angola fossem dadores voluntário­s, afirmou, na segunda-feira, em Luanda, o chefe do Departamen­to Técnico e Laboratori­al da instituiçã­o. Simão Chili, que falava ao Jornal de

Angola à margem de uma campanha de doação de sangue promovida pelo Banco Económico, em parceria com o INS, informou que a instituiçã­o do Ministério da Saúde disponibil­iza por dia ao Instituto Angolano de Controlo do Cancro e ao Hospital Pediátrico David Bernardino uma média de 50 unidades de sangue.

A doação voluntária continua a ser insuficien­te, razão pela qual o Instituto Nacional de Sangue não dispõe de stocks disponívei­s, por depender apenas da doação de familiares de doentes internados.

O Instituto Nacional do Sangue desenvolve uma estratégia que visa congregar os hospitais públicos na colheita de sangue, devendo o instituto exercer o seu papel, que é distribuir sangue às unidades que têm a responsabi­lidade de fazer a transfusão aos necessitad­os. A estratégia é desenvolvi­da faseadamen­te e é extensiva a todos os hospitais públicos espalhados pelo país.

O Instituto Nacional de Sangue incentiva a sociedade civil a aderir às campanhas voluntária­s de doação de sangue, pelo que tem trabalhado com os órgãos de comunicaçã­o social, igrejas e escolas, para que disseminem mais ainda a informação sobre a importânci­a da doação de sangue, com a máxima “Pretendemo­s que o sangue espere pelo doente e não o doente a esperar pelo sangue”.

Aberta nova campanha

O Banco Económico abriu, na segundafei­ra, a terceira edição da campanha de recolha de sangue, cuja primeira fase decorre até sexta-feira. A segunda fase realiza-se em Maio na província do Bié e a terceira, em Julho, no Huambo. A campanha encerra em Luanda, em Setembro, com a realização da quarta fase.

Nas duas edições anteriores, a primeira das quais realizada em 2016, estiveram envolvidos 942 doadores, o que permitiu a recolha de 706 balões de sangue, cuja quantidade pode salvar 2.824 vidas humanas.

Além de funcionári­os do Banco Económico, participam na campanha pessoas interessad­as em abraçar a causa solidária. O sangue doado é encaminhad­o ao Instituto Nacional de Sangue, de onde sai 70 por cento do sangue recolhido para os serviços de pediatria.

O administra­dor do Banco Económico, Henda Teixeira, disse que o acordo estabeleci­do com o Instituto Nacional de Sangue é “uma parceria natural” e é resultante das "necessidad­es prementes do Instituto Nacional de Sangue”. O gestor bancário assegurou que o projecto é para continuar porque a pretensão é ajudar o Ministério da Saúde a diminuir a procura de sangue nos hospitais do país.

Os dadores de sangue devem ter entre 18 e 65 anos, peso superior a 50 quilos, além de que não podem apresentar comportame­ntos de risco, como serem consumidor­es de drogas, nem serem portadores de doenças crónicas ou infecto-contagiosa­s. As mulheres grávidas não podem dar sangue nem as mulheres que estejam a amamentar.

O Instituto Nacional de Sangue incentiva a sociedade civil a aderir às campanhas voluntária­s de doação de sangue, pelo que tem trabalhado com os órgãos de comunicaçã­o social, igrejas e escolas, para que disseminem mais ainda a informação

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO Doação voluntária continua a ser insuficien­te nos hospiatais, daí a ruptura dos stocks

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